Dirigente da vela diz que foi demitido por criticar Baía de Guanabara

(Foto: Silvia Izquierdo/AP Photo)


Ex-CEO da Federação Internacional de Vela, Peter Sowrey revelou à Associated Press que os níveis de poluição da Baía de Guanabara para os Jogos Olímpicos deste ano o fizeram sugerir uma mudança das competições para Búzios, a 160 quilômetros do Rio de Janeiro. A tentativa de criar um plano B não foi aceita pelo comitê, que optou por demiti-lo.

"Eu fiz um plano para que Búzios recebesse as competições de vela e tentei empurrar para os organizadores. Eu não poderia ganhar essa batalha. Eu estava perplexo porque não havia um plano B para isso. Me disseram para me calar sobre o assunto", contou.

Nas reuniões com os organizadores do evento, Sowrey ressaltou que a quantidade de lixo flutuante – de sacos plásticos a carcaças de animais – poderia fazer com que algum atleta perdesse a medalha de ouro. O risco dos competidores contraírem alguma doença também era citado com frequência.

Além da sugestão de mudança para Búzios, a postura agressiva de Sowrey, que reconheceu que tinha pouca experiência em lidar com a política de federações esportivas, pesou para a saída.

Substituto de Sowrey, Andy Hunt assumiu há duas semanas e já reconhece que as condições na Baía de Guanabara não são boas.

"A Guanabara não é ideal, mas acho que há um grande esforço e atenção para garantir a segurança dos atletas", disse.

Para remover os resíduos das águas, Hunt aposta em barcos coletores de lixo e na instalação de barreiras para bloquear córregos que levam sujeira à Baía de Guanabara. Helicópteros também serão utilizados para detectar fluxos de detritos.

Cerca de 1600 atletas olímpicos devem competir no local a partir do dia 5 de agosto.

UOL Esporte

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