Ferj quer tirar Fla e Flu de Liga, mas não abre mão de cobrar taxas no torneio

(Foto: Gazeta Press)


Com o comunicado divulgado na noite desta segunda-feira, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) tenta inviabilizar a participação de Flamengo e Fluminense na Primeira Liga. A entidade, contudo, também garante sua arrecadação em um dos critérios citados como condição no documento.

Lê-se em uma das normas apresentadas "para que qualquer filiado à Ferj possa participar de competição ou partida interestadual", segundo o documento: "nas partidas realizadas no Estado do Rio de Janeiro ficam resguardados os direitos estatutários" da entidade.

Entre os considerados "direitos estatutários" da Ferj, encontra-se a cláusula de que 10% da renda bruta de uma partida no estado vão para os cofres da entidade, como descrito no artigo 119 de seu estatuto. Ou seja, caso perca a queda de braço com Fla e Flu, a Federação não abrirá mão de suas taxas.

Além desse critério, o documento da Ferj também diz que a entidade autorizará clubes cariocas a disputarem torneios como a Primeira Liga a partir de 2017, sendo que as vagas seriam dadas para o campeão e vice estaduais e a participação só seria aceita caso as datas não coincidissem com o Carioca.

O documento é assinado e aprovado por representantes de Vasco, Botafogo, Madureira, Macaé, Volta Redonda, Bangu, Resende, Friburguense, Cabofriense, Bonsucesso, Tigres do Brasil, Boavista, América e Portuguesa. Flamengo e Fluminense votaram contra.

Em entrevista ao programa Bate-Bola na Veia, Eduardo Carlezzo, diretor jurídico da Primeira Liga‏, rebateu. "É claro que vamos avaliar o conteúdo dessa nota, mas já adianto que a Liga tem todos os requisitos e obrigações que pede a Lei Pelé. Não precisamos de liberação de nenhuma federação, isso vai além das forças deles. A Primeira Liga é organizada de maneira independente e vai acontecer."

O artigo da Lei Pelé em questão é o de número 20, em que, no quinto parágrafo, se lê: "É vedada qualquer intervenção das entidades de administração do desporto nas ligas que se mantiverem independentes".

ESPN

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