"Dono da bola", Brasil peca por falta de objetividade na Copa América

André Santos teve atuação bastante apagada e não levou perigo pela lateral esquerda. Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

Lateral esquerdo André Santos é o jogador da Seleção que passou mais tempo com a bola nos pés

Encerrada a primeira fase da Copa América, a Seleção Brasileira encontrará no balanço de sua participação no torneio até aqui um mérito inquestionável: um volume de jogo muito superior a qualquer outra seleção. Porém, o domínio territorial teve eficácia reduzida e o Brasil precisará melhorar a objetividade a partir das quartas de final contra o Paraguai, neste domingo, às 16h (de Brasília), em La Plata.

O Brasil teve disparado o maior número de minutos com a bola no pé: 58min35 contra 47min20 da segunda colocada no quesito, a Argentina. Nas estatísticas individuais, cinco brasileiros são os únicos com mais de seis minutos de domínio da bola: André Santos, Neymar, Daniel Alves, Thiago Silva e Lúcio, nesta ordem.

Porém, neste grande tempo com o domínio das ações a Seleção de Mano Menezes foi confusa e, proporcionalmente, chegou pouco ao ataque. O time notabilizou-se pela insistência no drible e nos toques laterais, o que faz o Brasil liderar as duas estatísticas na competição e deixar o treinador ainda insatisfeito com a produção ofensiva.

"Ofensivamente não fomos a melhor seleção até agora. A chilena foi a melhor, embora não tenha feito tantos gols. A criação continua sendo o caminho para fazer os gols que você mais precisa. Na maioria dos três jogos a formação foi escolhida com jogadores de base ofensiva, mas mesmo assim não conseguimos ser a melhor nestes termos", avaliou.

A falta de objetividade pode ser medida pelo baixo número de finalizações em relação aos concorrentes. Ao todo, o time que teve muito mais posse de bola do que os rivais chutou apenas 36 vezes, sexto pior índice do torneio até aqui. Mesmo assim, o Brasil encerrou a primeira fase com o ataque mais positivo (seis gols), graças à vitória por 4 a 2 diante do Equador na última quarta-feira. Neste jogo em especial o Brasil criou mais, chutou mais e teve mais consciência na hora de atacar.

Defesa com pegada apesar de falhas
A defesa do Brasil terminou a primeira fase em baixa depois de levar quatro gols nos dois últimos jogos, mas os números mostram um setor com pegada. Mesmo com menor tempo se defendendo em relação aos demais, cometeu 50 faltas e completou 74 desarmes, o segundo melhor índice da competição. Júlio César fez seis defesas e levou quatro gols.

Para Mano, o alto número de gols sofridos na última semana não preocupa. "O importante no futebol é fazer um gol a mais do que tomar. E por isso às vezes você precisa se arriscar um pouco mais. Penso que os gols que sofremos têm sido mais acidentais do que frutos de um sistema defensivo", afirmou.

Contra o Paraguai, o Brasil levou o primeiro gol depois de uma tentativa errada de pressão na marcação, e o segundo em um erro de Daniel Alves. Diante do Equador, Júlio César levou um frango e cometeu uma falha nos dois gols equatorianos.

Confira os números do Brasil na primeira fase da Copa América: (Fonte: Footsats)

Passes
1º Brasil - 1521 certos em um total de 1659 (91,7%)
2º Argentina - 1488 certos de um total de 1614 (92,2%)

Assistências
1º Brasil - 5
2º Paraguai - 4

Cruzamentos
1º Chile - 68 tentativas, 15 certas
9º Brasil - 44 tentativas, nove certos

Defesas
1º Costa Rica - 16
10º Brasil -6

Desarmes
1º Paraguai - 91
2º Brasil - 74

Dribles
1º Brasil - 83 (57 certos)
2º Argentina - 59 (44 certos)

Faltas cometidas
1º Bolívia - 70
6º Brasil - 50

Faltas recebidas
1º Costa Rica - 60
3º Brasil 58

Finalizações
1º Argentina - 53 tentativas (21 corretas)
6º Brasil - 36 tentativas (19 corretas)

Gols
1º Brasil - 6
2º Paraguai - 5

Lançamentos
1º Paraguai - 177 (65 certos)
11º Brasil - 111 (52 certos)

Perdas de bola
1º Venezuela - 183
2º Brasil - 176

Posse de bola
1º Brasil - 58min35
2º Argentina - 47min20

Viradas de jogo
1º Brasil - 44
2º Colômbia - 25

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