Mano completa 10 jogos sem repetir escalação e expõe incertezas

Apesar de em público Mano evitar conversas particulares com Robinho, o treinador trabalhará a relação com o atacante, após tirá-lo do time contra o .... Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

Mano Menezes ainda procura a formação ideal para a Seleção Brasileira

Dez partidas, dez escalações diferentes. Após atingir esta marca no empate por 2 a 2 com o Paraguai, no último sábado, a Seleção Brasileira se prepara para o terceiro jogo na Copa América contra o Equador, nesta quarta-feira, em Córdoba, sem a convicção de que o técnico Mano Menezes enfim repetirá a formação. O próprio treinador deixa transparecer que tem dúvidas sobre o time ideal para a disputa da Copa América.

Se no começo do trabalho a necessidade de experimentos e as lesões de jogadores fundamentais impediram a repetição, Mano mudou por vontade própria a equipe entre a estreia da Copa América contra a Venezuela e o jogo contra o Paraguai e sinaliza que poderá alterar a escalação novamente contra o Equador. Seu discurso é de que todos são titulares.

"Reserva é uma questão de momento. Não é ser reserva, é estar reserva. Todo mundo é titular e ganhador", afirmou o treinador, que ainda busca soluções para um time que tem uma espinha dorsal formada, mas com peças que variam de acordo com a necessidade e com o adversário, principalmente na parte ofensiva.

Em uma leitura crítica, a alta rotatividade indica uma insegurança de Mano em relação à melhor formação para a Seleção Brasileira. Apesar de sempre ressalvar que gosta de trabalhar com variações táticas, o treinador apostava em uma escalação que considerava ideal, mas que não perdurou por mais de um jogo na Copa América.

Desde a sua estreia no cargo, na vitória por 2 a 0 sobre os Estados Unidos, Mano passou a ter uma ideia fixa de que um quarteto com Ganso, Neymar, Robinho e Alexandre Pato seria a solução para o ataque. Enquanto não conseguia juntar novamente os quatro jogadores, formou a base defensiva que começou a Copa América com ares de intocável.

Neste cenário, distribuiu os uniformes de a 1 a 11 confirmando o time dos seus sonhos e colocou em campo a sua convicção contra a Venezuela. O empate por 0 a 0 bastou para que o treinador revisse seus planos e já na partida seguinte tirasse o atacante Robinho, optando por um meia para ajudar Ganso na armação

Com Jadson em campo, o Brasil não deslanchou e Mano já deixa no ar mais mudanças para enfrentar o Equador. "Não vou ficar mudando a todo momento, pois você oscila muito e pode perder o caminho. Mas mudanças pontuais sempre são possíveis. Não precisamos mexer na maneira de a equipe jogar, podemos optar por características pessoais, por rendimento. Esse é o papel do técnico", disse.

Até mesmo a defesa já é alvo de especulações de mudanças. Sem falar abertamente em entrevistas em quais substituições pensa, Mano deixa nas entrelinhas algumas observações que fará antes de definir o time. No domingo, fez elogios a Fred, disse que Neymar poderia subir de rendimento com a presença de um jogador rápido ao seu lado e expôs falhas no setor direito de marcação.

Como se ainda estivesse fazendo experiências com a Copa América em andamento, Mano dá brecha para interpretações de que já no próximo jogo Adriano pode assumir a lateral esquerda (improvável), Maicon ameaça Daniel Alves e Fred ganhará a sua chance. A repetição de uma escalação pela primeira vez desde que assumiu o cargo pode ser adiada novamente.

Confira todas as escalações do Brasil na era Mano Menezes:

10/08/2011 Brasil 2 x 0 Estados Unidos
Victor; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e André Santos; Lucas, Ramires (Hernanes) e Paulo Henrique Ganso (Jucilei); Robinho (Diego Tardelli), Alexandre Pato (André) e Neymar (Ederson, depois Carlos Eduardo)

07/10/2008 Brasil 3 x 0 Irã
Victor; Daniel Alves, Thiago Silva (Réver), David Luiz e André Santos; Lucas (Wesley), Ramires (Sandro) e Carlos Eduardo (Giuliano); Robinho (Nilmar), Alexandre Pato e Philippe Coutinho (Elias)

11/10/2010 Brasil 2 x 0 Ucrânia
Victor, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e André Santos (Adriano); Lucas, Ramires (Sandro), Elias (Wesley) e Carlos Eduardo (Giuliano); Robinho (André) e Alexandre Pato (Nilmar)

17/11/2010 Brasil 0 x 1 Argentina
Victor; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luz e André Santos; Ramires (Jucilei), Lucas, Elias e Ronaldinho (Douglas); Robinho e Neymar (André)

9/2/2011 França 1 x 0 Brasil
Julio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e André Santos; Lucas, Elias (André), Hernanes e Renato Augusto (Jadson); Robinho (Sandro) e Alexandre Pato (Hulk)

27/3/2011 Brasil 2 x 0 Escócia
Julio César, Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e André Santos, Lucas Leiva (Sandro), Ramires, Elano (Elias) e Jadson (Lucas Moura); Neymar (Renato Augusto) e Leandro Damião (Jonas)

4/6/2011 Brasil 0 x 0 Holanda
Júlio César; Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e André Santos (Adriano); Ramires, Lucas Leiva (Sandro) e Elano (Lucas); Robinho (Elias), Fred (Leandro Damião) e Neymar

7/6/2011 Brasil 1 x 0 Romênia
Victor; Maicon, Lúcio (Luisão), David Luiz e André Santos; Sandro (Lucas Leiva), Elias e Jadson; Robinho (Lucas), Fred (Ronaldo, depois Nilmar) e Neymar (Thiago Neves).

3/7/2011 Brasil 0 x 0 Venezuela
Júlio César; Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e André Santos; Lucas Leiva e Ramires (Elano); Robinho (Fred), Paulo Henrique Ganso e Neymar; Alexandre Pato (Lucas)

9/7/2011 Brasil 2 x 2 Paraguai
Júlio César; Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e André Santos; Lucas Leiva, Ramires (Lucas), Jadson (Elano) e Paulo Henrique Ganso; Neymar (Fred) e Alexandre Pato.

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