Saída de Conca pode ser o primeiro indício do fim da parceria com a Unimed

Após três temporadas no Fluminense, Conca irá defender o Guangzhou Evergrande, da China. Foto: Caio Amy/Photocamera/Divulgação

Argentino Dário Conca se transferiu para o futebol chinês e pode ter dado início a debandada no Fluminense

Por trás da saída de Conca para o futebol chinês está mais do que a perda de um grande ídolo. Um dos maiores incentivadores da venda do argentino durante a negociação, Celso Barros teria comunicado há cerca de um mês aos quatro membros do conselho diretivo da patrocinadora do Fluminense que a parceria não seria renovada no fim de 2011. Celso também teria garantido que, até dezembro, a Unimed-Rio reaveria parte do dinheiro gasto com os salários de Conca, Fred e Deco. O primeiro já foi.

Na renovação de Conca, no fim de 2010, a Unimed-Rio, através de um braço de investimentos da empresa, passou a ter 40% dos direitos do jogador e receberá quase R$ 8 milhões com sua venda. Enquanto trabalha a interface entre a diretoria tricolor e a patrocinadora, o vice de futebol, Sandro Lima, procura razões para não acreditar no que possa estar acontecendo.

"A Unimed deixou de ser apenas patrocinadora e passou a investir no futebol do clube. Sem ela, o Fluminense não brigaria por título nenhum. Não podemos confundir. A relação entre o presidente Peter Siemsen e Celso é uma coisa. A relação entre clube e empresa é outra", disse o dirigente, referindo-se às já comentadas dificuldades de relacionamento entre Peter e Celso.

Peter diz estar feliz com Unimed

Procurado para comentar uma possível saída da Unimed no fim do ano, o presidente Peter Siemsen elogiou o patrocinador e preferiu não emitir opinião sobre o risco de perder o parceiro para a temporada que vem.

"Estou satisfeito com a parceria e vou continuar a trabalhar para que o clube cresça de forma sustentável e a Unimed possa colher bons resultados de investimento na forma de patrocínio", afirmou.

Celso tentaria presidência

Os indícios de que Barros já estaria decidido a não renovar a parceria com o Fluminense é apenas o início da construção de um sonho pessoal. Além da criação da Unimed Participações, para construir um grande hospital na Barra da Tijuca, o empresário não esconde dos amigos mais próximos sua vontade de ser presidente do Fluminense. Para isso, Celso teria que cortar qualquer vínculo entre a cooperativa e o clube. Mas o vice de futebol, Sandro Lima, dá como certa a renovação entre as duas partes no fim do ano.

"A Unimed-Rio só sai se, nós, do Fluminense, formos incompetentes. O clube não teria conquistado o Brasileiro após 26 anos sem a parceria. Tenho conversado com Celso e estamos com reuniões marcadas para tratar sobre jogadores. Como ele quer sair e ajudar a contratar ao mesmo tempo", disse.

Liberdade para negociar

Muitos podem se perguntar como a Unimed-Rio, uma seguradora de saúde, pode ter participação em compra e venda de jogadores de futebol, como aconteceu na saída de Conca. O presidente Celso Barros fundou a resposta: a Unimed Participações e Investimentos.

"É uma empresa de capital, que tem a Unimed-Rio como sua controladora. É voltada à realização de investimentos, com concentração em serviços de saúde. Está autorizada também a realizar investimentos em marketing, inclusive esportivo, todos previstos em seu objeto social", explicou a assessoria de imprensa.

Além de Conca, a empresa tem participação de direitos do volante Fernando Bob, que teve seu contrato prorrogado após a última investida do Santos para contratá-lo, há cerca de duas semanas.

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