Pior time da Copa SP tem frustrações e saldo de menos 22 gols

Palmas teve pior ataque, pior defesa e levou maior goleada da Copa SP. Foto: Mauro Horita/Terra

Palmas teve pior ataque, pior defesa e levou maior goleada da Copa SP

Foram 22 gols sofridos em três jogos, sendo dez já na estreia contra o São Paulo, a maior goleada da competição. O ataque não compensou o saldo e sequer balançou as redes de seus adversários em 270 minutos jogados. Os números não deixam dúvidas: o Palmas, de Tocantins, é a pior equipe entre as 96 que participam da Copa São Paulo 2012.

A despedida, não poderia ser mais melancólica. Contra o modesto Sergipe-SE, o Palmas caiu por 6 a 0, na noite de terça-feira, na Arena Barueri. O adversário sergipano, em jogos diante de São Paulo e Barueri, sequer havia marcado na Copinha. Mas os tocantinenses, mais uma vez, permitiram a festa várias vezes a um rival.

"Quando perdemos de 10 a 0 na estreia, já ficamos derrubados psicologicamente", define Maurício Monteiro, supervisor do Palmas-TO. Entre ele e Juari, que jogou no Palmeiras dos anos 90 e comandou agora o pior time da Copa São Paulo, há um consenso: o grande problema foi o planejamento. Curiosamente, a equipe até viajou de avião: "para muita gente, foi a primeira viagem. Teve jogador que não queria embarcar, com medo", conta o dirigente, aos risos.

"Nós fomos enganados por um empresário. Um picareta, nem sei o nome. Ele prometeu nos trazer jogadores, mas desapareceu, sumiu do mapa", aponta Maurício. De acordo com ele, Antônio Alberto, outro empresário de Santo Amaro-SP, socorreu o Palmas. "Ele faz um belo trabalho social", defende o supervisor, que chegou a Tocantins junto com o novo agente. "Agora ele é procurador de todo o elenco, mas por enquanto ninguém teve proposta", emenda Maurício.

"Isso que aconteceu não foi novidade. Alguns jogadores viajaram sem saber se estavam inscritos. No dia 27 de dezembro, a gente tinha jogador chegando para treinar", reclama Juari. Com 24 inscritos entre 30 permitidos, dois se machucaram nos dois primeiros jogos. Segundo ele, o elenco do Sergipe, que venceu por 6 a 0, atuava junto havia oito meses. Mesmo sendo campeão tocantinense Sub-18, o Palmas sucumbiu.

O currículo manchado e o "time f..."

A expectativa de levar uma goleada era evidente no vestiário do pior time da Copa São Paulo já antes de a bola rolar. Por mais que o confronto entre uma equipe tocantinense e uma sergipana possa inspirar igualdade, o Palmas é claramente muito inferior. Se percebe pela diferença física dos jogadores e, principalmente, quando a bola rola.

O Sergipe chegou empolgado por ter arrancado um 0 a 0 contra o São Paulo, que seria eliminado mais tarde, e imprimiu volume de jogo, mas não conseguiu marcar - e não havia marcado até então. O Palmas, que só chutaria a gol pela primeira vez após 60 minutos, resistiu à pressão. Mas desabou com gols de Serginho e Douglas, aos 42min e 45min da primeira etapa. O cheiro de uma terceira goleada rondava a deserta Arena Barueri, já acostumada a baixos públicos pela impopularidade do time do município.

O goleiro Gleidson, que tomara 18 gols em dois jogos e meio, foi sacado no intervalo. "Ele tem medo de sair do gol", reclamou Juari com o banco. Higor Santos, que entrou no intervalo, não mudou o panorama. Ele levou quatro gols (Vitor Matos, Jésse Romário, Serginho e Pedro Felipe). O último, aos 46min do segundo tempo, revoltou o treinador. "A gente precisava tomar o sexto mesmo".

O medo de um placar ainda pior já era evidente quando Jésse fez o quarto: "ainda tem tempo pra car...", disse o treinador aos 20min do segundo tempo. Incrédulo com a fragilidade de sua equipe, Juari soltou mais palavrões após uma bela jogada do atacante Isaac, parado com falta na grande área, não render pênalti. "Time f... é isso aí", reclamou.

Depois da participação desastrosa, Juari faz planos. "Vou buscar um estágio em outro clube, talvez o Palmeiras", diz. Mas admite a frustração: "infelizmente, isso fica no nosso currículo. A gente fica triste, chateado, com condições melhores poderia ser diferente".

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