Entre a Libertadores e o inferno. Veja como 9 dias valem o 2015 corintiano















Diretor financeiro do Corinthians, Raúl Corrêa da Silva prefere nem fazer as contas. "Tenho tanta certeza que vamos para frente, que não quero nem pensar muito", conta. 

Ele faz menção ao prejuízo financeiro e institucional que o clube teria em não disputar a fase de grupos da Copa Libertadores. Mas, após um pouco de insistência, fala em R$ 15 ou R$ 20 milhões de dinheiro diretamente perdido por uma eliminação que a torcida não quer nem imaginar na primeira fase do torneio. "A parte maior é o intangível, que não se pode calcular. Você deixa de vender produtos no período", explica. Os torcedores, muitas vezes, murcham. Por contrato, a Caixa Econômica Federal paga menos pelo patrocínio máster. 

O peso dos próximos nove dias do Corinthians já seria grande se fosse apenas isso que estivesse em jogo contra o Once Caldas-COL. São dois jogos: em São Paulo nesta quarta-feira, em Manizales, na Colômbia, no dia 11. Mas além disso o clube também respira de maneira intensa as eleições marcadas para o sábado, no dia 7. E um clássico recheado de ingredientes especiais contra o Palmeiras, domingo, dia 8.

1 - Missão: fazer o placar em casa contra o Once Caldas

Enquanto procura se afastar dos problemas fora de campo, como a renovação de contrato de Paolo Guerrero e a perda repentina de uma aposta pessoal, que era Lodeiro, o treinador Tite foca no Once Caldas. Depois de vencer o Marília, no domingo, os jogadores praticamente não falaram. A segunda-feira também foi de silêncio. É provável que nesta terça apenas o comandante fale à imprensa. 

Com os elementos sobre os colombianos e a observação feita in loco pelo auxiliar Mauro da Silva, Tite agora faz os ajustes finais na equipe. É certo que Edu Dracena, apto para 45 minutos, estará no banco de reservas, mas é provável que o volante Cristian, por outro lado, ainda seja preservado. O treinador também ficou animado com o desempenho de Jadson na estreia como titular em 2015. Para quem chegou acima do peso da pré-temporada, o camisa 10 convenceu o chefe de que irá herdar o lugar de Lodeiro no time.  

2 - Missão: não sentir os efeitos da eleição

Três dias depois de encaminhar a primeira parte da decisão pelo torneio sul-americano, os corintianos vão voltar seus olhos para o lado de fora. As eleições entre Roberto de Andrade, situação, e Antônio Roque Citadini, oposição, prometem ser as mais apertadas em muito tempo. Jogadores assumem que o pleito interfere no ambiente, e uma mudança de poder representaria mudanças também na prática. Citadini defende gastos menores, discorda de salários altos e espera fazer trocas em todos os departamentos. Ele defendia, por exemplo, que o treinador para 2015 fosse o ex-jogador Ricardinho, e não Tite. 

A reação da ala de Citadini em caso de derrota também preocupa aliados do ex-presidente Andrés Sanchez, cujo grupo estaria apto a mais de uma década no comando do clube. Além de permitir um mandato a Roberto de Andrade, a vitória da Renovação e Transparência (situação) abriria as portas para Andrés disputar o próximo pleito com grandes possibilidades de vitória. 

3 - Missão: manter a supremacia sobre o rival Palmeiras

Não fosse o suficiente, há a promessa do dérbi mais equilibrado com o Palmeiras dos últimos cinco anos. É verdade que o jogo não tem grande valia para a temporada em si, mas o desempenho palmeirense em contratações, fechamento de patrocínios e crescimento no quadro de sócios deixou corintianos em alerta. Será o primeiro jogo no novo Allianz Parque e contra uma dupla de ataque, Dudu e Leandro, que chegou a apalavrar transferência para o Corinthians. Dudu, inclusive, prometeu comemorar um possível gol com um chapéu. Em meio à decisão com os colombianos, também será importante manter a supremacia dos tempos recentes. 

4 - Missão: voltar da Colômbia com a vaga na fase de grupos

Por fim, a volta à Colômbia logo na sequência. Eliminado pelo Tolima-COL no mesmo estágio da Libertadores há quatro anos, o Corinthians viu carros depredados, debandada de jogadores e, quem diria, o primeiro passo para voltar a ser campeão do mundo em 2012. Ronaldo, na última segunda-feira, admitiu que nem gosta de se lembrar daquela eliminação. A mesma que Raúl Corrêa e Silva não quer nem pensar que possa se repetir e faria murchar a atual temporada.

UOL Esporte

Comentários