Tite versão 2015 muda, poupa o time e transforma Paulista em laboratório













Em 2013, o Tite recém-coroado campeão mundial não poupava ninguém, literalmente. Com Paulista e Libertadores pela frente, o treinador usou força máxima o tempo inteiro. Deu errado. Dois anos depois, mais experiente, o comandante alvinegro mudou e, pelo segundo fim de semana seguido, escalará o time reserva no Estadual. Na terceira era Tite, o Corinthians transformou o Estadual em uma sala de aula, com mais uma prova marcada para este sábado, às 17h, contra o Botafogo-SP, no Itaquerão.

Se repetir o time com o qual treinou na última sexta, o que costuma fazer, Tite vai escalar o Corinthians com Walter, Edílson, Yago, Edu Dracena e Fábio Santos; Bruno Henrique, Cristian e Petros; Luciano, Guerrero e Mendoza. Repare bem na escalação. Desses 11 jogadores, quantos estarão presentes no time que enfrentará o São Paulo na próxima quarta, na aguardada estreia da fase de grupos da Libertadores?

Os únicos titulares habituais são Fábio Santos e Paolo Guerrero. Não por acaso, os dois que passaram a semana só treinando, visto que estavam suspensos e nem viajaram para a Colômbia, no jogo de volta da pré-Libertadores contra o Once Caldas. O peruano, que levou um ganho de três jogos da Conmebol, sequer poderá estar em campo na próxima quarta.

Cássio, expulso contra o Palmeiras, está suspenso. Fora ele, no entanto, todos os outros titulares estão liberados para pegar o Botafogo-SP. Fagner, Felipe, Gil, Ralf, Elias, Renato Augusto, Jadson e Emerson Sheik devem ser poupados por Tite. Há dois anos, a expressão era praticamente proibida no clube do Parque São Jorge.

Em 2013, Tite argumentava que não dava descanso a ninguém. Quem tinha condições de jogo era escalado, segundo ele. E assim foi. Naquele ano, os três compromissos do Corinthians como visitante Libertadores foram precedidos de clássicos pelo Paulistão. Antes da altitude de Oruro e o San José, duelo contra o Palmeiras. Antes da longínqua Tijuana, na fronteira com os EUA, o São Paulo no Morumbi. Antes da Colômbia e o Millionarios, o Santos fora de casa.

Tite se manteve fiel ao próprio discurso, não poupou ninguém e passou pela primeira fase das duas competições. O saldo no elenco, porém, não foi tão positivo. Renato Augusto lesionou-se com gravidade, Alexandre Pato perdeu a titularidade por conta de um problema muscular e o time como um todo se desgastou. No início do mata-mata, o Corinthians já não estava mais no auge.

Só que, àquela altura, o Paulista tinha um gostinho especial para Tite, que encerrou um ciclo de conquistas no clube (Brasileiro, Libertadores e Mundial) conquistando o título que não tinha. Ninguém pode dizer que a eliminação na Libertadores, diante do Boca, foi um efeito colateral, mas o treinador sofreu muitas críticas pela opção à época.

Em 2015, mais calejado, Tite mudou. Depois de uma pré-temporada intensa, com vistas para a pré-Libertadores e sua decisão imediata, o treinador não hesitou em mandar a campo uma equipe reserva contra o arquirrival Palmeiras. A estratégia deu certo e o Corinthians voltou da sua primeira incursão no Allianz Parque com uma vitória e quase nenhum desgaste para seus principais atletas.

Uma semana depois, Tite volta a ensaiar um time reserva. Espaço para que Edílson, Edu Dracena, Bruno Henrique, Petros e Luciano mostrem serviço, especialmente os dois últimos, cujos empresários reclamaram recentemente da pouca utilização no elenco.

São eles que terão a missão de manter o 100% do time na competição. Até agora, o Corinthians entrou em campo duas vezes, contra Marília e Palmeiras, e venceu ambas. Se falharem, podem ter o reforço de Vagner Love. Recém-contratado, o centroavante estará no banco de reservas neste sábado e pode fazer sua estreia pelo clube alvinegro. 

UOL Esporte

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