Com lesões e sem treinos, Dunga mantém Brasil dependente de Neymar

(Foto: RODRIGO BUENDIA/AFP)















Neymar voltou a decidir uma partida para a seleção brasileira no último domingo, na vitória por 2 a 1 sobre o Peru, em Temuco (Chile), pela estreia da Copa América. A cena não chega a ser novidade: foi assim em sete dos nove jogos que o atacante defendeu o Brasil sob o comando de Dunga.

Entre gols e assistências, o jogador participou de 13 dos 23 gols da equipe nos últimos 11 jogos – desde que o técnico reassumiu. O cenário repete a Copa do Mundo de 2014, bem como o período que antecedeu o torneio, e prova que a seleção ainda não conseguiu diminuir a dependência de sua principal estrela.

E não faltam explicações para a falta de opções ofensivas no time que ataca em uma nota só. Uma delas é a falta de treino para que se mudasse tal situação. Desde que reuniu o time para a Copa América, Dunga não comandou nenhum treinamento coletivo com Neymar.

Mais do que isso, o treinador não testou em atividades prévias a formação que utilizou no início da partida contra o Peru. Por conta de lesões e problemas com calendários, Dunga viu a equipe com Daniel Alves na direita e Fernandinho, Elias e Fred no meio, tendo Neymar à frente, se juntar apenas no gramado do estádio Germán Becker, em Temuco.

Primeiro, o treinador perdeu Oscar. O meia titular e articulados do ataque ficou de fora da Copa América por problemas no joelho. Na sequência, Luiz Gustavo, com problemas semelhantes. O lateral Danilo ainda foi cortado por problema no tornozelo. Depois, viu Neymar se apresentar a menos de uma semana da Copa América. Desgastado após maratona de decisões pelo Barcelona, ele foi poupado de alguns treinos táticos.

Com pouco tempo para treinos táticos mais intensos, o desafio do técnico para a sequência da Copa América é descobrir o que não foi possível desde que reassumiu a seleção. Enquanto Dunga pensa, Neymar não se incomoda com a situação. Mas rechaça o rótulo de salvador do time.

"Encaro de forma tranquila, da melhor maneira possível. Estou aqui para ajudar os companheiros, não para ser o cara de uma seleção. Não jogo sozinho, são 11 dentro de campo tentando fazer o Brasil vencer. Vamos seguir assim, sempre melhorando", disse.

Na próxima quarta-feira, a seleção de Neymar volta a campo para encarar a Colômbia na segunda rodada do grupo C da Copa América. Para esta partida, Dunga espera contar com o retorno de Philippe Coutinho, vetado da estreia por problemas na coxa, e encontrar uma variação no setor ofensivo.

UOL Esporte

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