Crise financeira coloca futuro do São Paulo em xeque na temporada 2015

(Foto: Alexandre Schneider/Getty Images)















O São Paulo perdeu por 4 a 0 para o Palmeiras no clássico válido pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. Apesar da goleada sofrida para o rival, a crise financeira são-paulina ganhou destaque e foi abordada mais vezes por dirigentes e jogadores do clube. Além dos atrasos no pagamento dos direitos de imagem, o São Paulo corre o risco de ver a venda de Rodrigo Caio ser desfeita.

Segundo o vice-presidente de futebol do clube, Ataíde Gil Guerreiro, os atrasos ligados aos direitos de imagem de alguns atletas já chegam a três meses. No próximo dia 10, o clube chegará a quatro meses de débitos. 

"Isso é um fato que nunca tinha acontecido na minha carreira, mas quando chega aqui tem de deixar a situação de lado. Isso não determinou a derrota de hoje (domingo), mas o ideal seria regularizar tudo", disse o meia Michel Bastos depois da derrota.

O volante Souza também descartou a possibilidade de a falta de pagamento estar ligada ao rendimento em campo. "Claro que atraso existe (atraso), o próprio presidente admitiu, mas em momento nenhum estamos deixando de jogar por isso. O Palmeiras foi melhor, temos que admitir", disse.

O presidente Carlos Miguel Aidar de fator, admitiu o débito. Já Ataíde afirmou que o clube só irá "pagar quando tiver dinheiro". O problema, de acordo com a diretoria financeira, seria resolvido com a entrada de uma verba extraordinária nos cofres do clube.

Após a venda de Rodrigo Caio, o São Paulo respirou aliviado. O Valencia aceitou pagar 12,5 milhões de euros (R$ 43,7 milhões) pelo jogador, além de desembolsar no futuro um bônus de 4 milhões de euros, no caso de metas serem cumpridas.

A transferência, porém, pode ser desfeita. O fato está ligado às cláusulas do contrato. Segundo apurou a reportagem do UOL Esporte, a viagem do zagueiro à Espanha ocorreu antes do acerto de todos os detalhes do contrato. E isso teria desagradado ao jogador. 

"Existe uma discussão com o que foi prometido para ele. Ele foi falar com os seus empresários para ver se resolve. É uma questão entre o Rodrigo e os empresários dele. vai ser bom para ele e para o São Paulo, pois precisamos de dinheiro", explicou Ataíde Gil Guerreiro.

Outro ponto de conflito na negociação é a condição física do atleta. Rodrigo Caio realizou exames médicos na cidade de Valência na última sexta-feira. Nesta segunda-feira, o jogador passará por outro. Dessa vez em Barcelona.

"Clinicamente ele está recuperado. Combinamos que, além do médico do Valencia, ele faria também com dois especialistas na Europa. O primeiro ele já passou", disse Ataíde.

Outras saídas

As outras duas vendas, do zagueiro Paulo Miranda e do volante Denilson, devem ajudar o São Paulo a, ao menos quitar algumas dívidas do clube. No total, o São Paulo receberá R$ 14,7 milhões pelos dois jogadores. 

Além dos direitos de imagem, o São Paulo também terá de quitar uma dívida antiga, com o lateral esquerdo Jorginho Paulista, jogador do time entre 2002 e 2003. O clube terá de repassar R$ 3.119.479,69 à Prazan Comercial Ltda, que aparece como comissionada na assinatura de contrato. Após o anúncio da venda de Rodrigo Caio, a Justiça penhorou parte do valor para que o valor fosse pago.

A crise financeira foi, inclusive, abordada pelo técnico Juan Carlos Osorio. O colombiano disse que não tinha conhecimento total das condições. "Não falaram da situação econômica tão delicada do clube. Agora entendo melhor, mas não pensava que o problema era tão grande, que teria de vender três jogadores ao mesmo tempo. Achava que era apenas um", afirmou o treinador na última sexta-feira.

UOL Esporte

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