Léo de Deus leva ouro e Brasil soma quatro medalhas no 1º dia da natação

Marcelo Chierighini mergulha para nadar bateria dos 100 m livre. Ele se classificou para a final da prova
(Foto: Satiro Sodre/SSPress)
















Um dos pontos fortes do Brasil no Pan, a natação começou nesta terça com três medalhas logo de cara. Leonardo de Deus, nos 200m borboleta, ganhou o ouro com direito e recorde pan-americano. Marcelo Chierighini, nos 100m livre, Joanna Maranhão, nos 200m borboleta, e o revezamento 4x100m livre feminino garantiram bronze em Toronto. 

O primeiro lugar significa o bi para Léo de Deus, que já havia ganhado a mesma prova em 2011, no Pan de Guadalajara. A disputa, no entanto, foi das mais difíceis. Mauricio Fiol, do Peru, liderou a primeira passagem, foi ultrapassado antes dos 100m e apertou a disputa de novo na reta final, com o brasileiro ganhando na batida. Leonardo de Deus fez 1min55s01 e, com isso, conseguiu o sexto melhor tempo do ano. 

"Melhorei 18 centésimos do meu melhor tempo. Agora estou com a cabeça fria e quero nadar ainda melhor no Mundial. Eu descansei pouco aqui, só quatro dias. O ideal é descansar 16 dias. Minha técnica pode melhorar, minha virada também. Tenho de melhorar, bater 1min54 e brigar por medalha lá no Mundial", disse Léo de Deus ao Sportv.

Foi uma vitória muito mais tranquila que a de Guadalajara, diga-se. Na ocasião, ele venceu a prova sob polêmica, já que chegou a ser desclassificado por uma suposta irregularidade em sua touca. A presença da marca "Yakult", que havia sido aprovada por um fiscal da sala de controle, foi condenada por um outro fiscal da área de piscina. Durante 30 minutos, Léo de Deus chegou a achar que perderia o primeiro lugar. No fim das contas, porém, teve sua vitória confirmada e pôde comemorar a conquista. 

O prêmio vai para toda a família, que compõe o "estafe" do nadador: o pai, Domingos, é o empresário; a mãe, Jeane, é nutricionista; e a irmã, Deborah, é assessora de imprensa. "Desde pequenininho eles acompanham e sei que querem meu melhor. Não vou falar que é mil maravilhas. Quando a gente discorda de algo e discute, é pai e filho, né? Mas sempre buscamos o entendimento, e por serem meu pai, minha mãe e minha irmã eu escuto mais, porque querem o melhor para mim", disse Léo de Deus ao UOL Esporte. 

Kaio Márcio, o outro brasileiro na final dos 200m borboleta em Toronto, não teve a mesma satisfação. Com o tempo de 1min58s51, ele terminou a disputa na quinta colocação. Aos 30 anos, ele ganhou bronze em 2003, ouro em 2007 e prata em 2011 na prova que hoje é dominada pelo compatriota. Desta vez, porém, sai da sua principal disputa de mãos abanando. 

4x100m livre feminino
Larrisa Oliveira, Graciele Hermann, Etiene Medeiros e Daynara de Paula fizeram bonito e ganharam o bronze nadando quase o tempo inteiro perto de Canadá e Estados Unidos. Embora não tenham conseguido atrapalhar as favoritas, as brasileiras fizeram bonito com uma equipe jovem, com todas as atletas com menos de 25 anos. 

200m borboleta feminino
Para a nadadora pernambucana, especialmente, o resultado é significativo. É a primeira medalha da nadadora no nado borboleta. Revelação do Pan de Santo Domingo, em 2003, quando ganhou o bronze nos 400m medley, ela nunca havia subido no pódio de uma grande competição nadando os 200m borboleta. 

"Saiu o recorde, estou feliz. Sabia que era uma prova aberta. Ganhar medalha é muito bom, mas não é tudo para mim. Fico feliz por ter feito a melhor preparação possível e nadado bem", disse Joanna Maranhão. 

Joanna fez 2min09s38 e quebrou a própria marca pessoal, um recorde sul-americana que era de 2009. A brasileira cresceu durante a competição, especialmente nos 50m finais, e por pouco não brigou pela prata com a norte-americana Katherine Mills, que fez 2min09s31. A canadense Audrey Lacroix, com 2min07s68, foi medalha de ouro. 

100m livre masculino
Nos 100m livre, Marcelo Chierighini perdeu a disputa com o argentino Federico Grabich e acabou na terceira colocação, mesmo sem concorrentes de peso.

É a primeira medalha de Chierighini em Jogos Pan-Americanos. Aos 24 anos, o paulista de Itu tem como melhor resultado na carreira o bronze no Mundial de piscina curta de Dubai, em 2010, no revezamento 4x100m livre.

O desempenho do brasileiro, porém, foi abaixo do esperado. Com 48s80, ele esteve muito acima do melhor tempo dele (48s11), embora tenha feito a passagem dos 50m na primeira colocação. Na segunda metade, foi surpreendido por Grabich, que fez o quinto melhor tempo do ano (48s26) nos 100m livre. 

"Sinceramente não [esperava], o cara nadou muito bem", disse Chierighini ao Sportv, logo após a prova. Mais tarde, já na zona de entrevistas, ele admitiu que o resultado ficou abaixo do que esperava. "Estou satisfeito com a medalha, mas queria ter feito 48 baixo", disse o nadador. 

100m livre feminino
Mais cedo, na primeira disputa, a favorita Natalie Coughlin foi surpreendida pela canadense Chantal van Landeghem, que quebrou o recorde pan-americano com o apoio da sua torcida. As brasileiras Larissa Martins e Graciele Hermann disputaram a prova e ficaram na quinta e sexta colocações, respectivamente. 

UOL Esporte

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