Nasr aposta em novo engenheiro e ganha moral dentro da Sauber

(Foto: James Moy Photography)


Felipe Nasr ainda dividiu com a equipe a responsabilidade na decisão de trocar seu engenheiro de corrida. A partir do GP da Rússia, o brasileiro teve Paul Russell cuidando do trabalho em seu carro, no lugar de Craig Gardine que continuou na equipe operando desde a fábrica em Hinwil, na Suíça.

“Trabalhei com o Paul nos testes de pré-temporada. Foi uma decisão em conjunto com a equipe para um objetivo comum. A troca vai nos ajudar a tentar somar mais pontos nas próximas corridas”, disse ele na entrevista de quinta-feira em Sochi. Na verdade, a troca foi mais um pedido do piloto brasileiro, que identificava em decisões de engenharia do antecessor a causa de problemas que seu carro sofreu em algumas provas, como superaquecimento de freios e discrepâncias na velocidade final de reta.

O resultado foi imediato. Numa pista boa para o carro da Sauber, Nasr conquistou um ótimo sexto lugar – o segundo melhor resultado da equipe em dois anos, o melhor sendo o quinto lugar dele próprio na Austrália. “É um resultado muito satisfatório”, me disse ele depois da prova. Já vim com uma boa sensação para cá, depois de definida a troca do engenheiro do meu carro”.

Depois, o brasileiro fez uma análise mais profunda sobre como o trabalho com o novo engenheiro funcionou. “É um recomeço, não só para mim mas para as pessoas que trabalham comigo. Precisávamos saber como seria o entrosamento. E desde o primeiro treino livre, eu o Paul começamos a nos entender bem e fomos colocando o carro num equilíbrio muito bom. Especialmente na classificação, soubemos reagir rápido para entender o comportamento dos pneus supermacios. O trabalho foi muito bom, quase entramos no Q3 brigando com carros mais competitivos. E comprovamos isso na corrida. O carro tinha um ritmo muito bom com o supermacio. Claro que a pista ajuda o nosso carro, porque o asfalto é liso e sem ondulações e isso nos ajuda a trabalhar a borracha de uma maneira mais correta, na temperatura ideal. Tudo isso contribuiu para nosso resultado aqui”.

Minha conversa foi interrompida pela chegada da chefe da equipe Monisha Kaltenborn, que fez questão de dar um abraço em seu piloto. Depois, falando comigo, buscou minimizar o assunto, até para proteger seus funcionários. “O engenheiro de corrida ficou em casa por uma questão particular. Acho estranho fazer desse tema uma grande coisa. O resultado aconteceu porque a estratégia funcionou, o piloto fez um bom trabalho e a equipe como um todo fez um bom trabalho. Uma equipe não é feita de uma só pessoa”, destacou.

A observação de Kaltenborn é correta, mas o discurso de Nasr mostra como, pelo menos para ele, foi importante ter uma peça dentro da equipe com a qual vê o trabalho fluindo melhor. “Demorou muito para essa troca ser feita, mas conversamos, a equipe entendeu e isto mostrou que começamos com o pé direito. Ainda temos muito o que trabalhar, mas o carro voltou ao equilíbrio da maneira que eu gosto, então estou bem contente com isto”. O resultado em Sochi indica isso e a opinião do brasileiro ganha um peso maior dentro do time depois deste processo.

UOL Esporte

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