"Quem pode mais chora menos", diz Prass sobre atrito com Ricardo Oliveira

Fernando Prass não é do tipo que fala muito. Sem alarde, chegou ao Palmeiras, tornou-se líder do grupo e, como se fizesse parte do roteiro de um filme épico, levou o clube à conquista do tricampeonato da Copa do Brasil. Nos pênaltis, fez o torcedor recordar ídolos tão decisivos quanto ele. E virou, segundo ele mesmo, um palmeirense.

O camisa 1 ainda foi um dos personagens principais de uma rivalidade entre Palmeiras e Santos, moldada ao longo de sete confrontos com o rival em 2015. No capítulo final, levou a melhor sobre Ricardo Oliveira, adversário e desafeto de alguns jogadores do time do Palmeiras. 

Em entrevista ao UOL Esporte, o goleiro descartou que tenha uma rivalidade particular com o atacante do Santos. Segundo ele, porém, a troca de farpas ajudou a motivar o Palmeiras na grande final.

"Aconteceram algumas coisas que deram uma turbinada. A motivação que a gente tinha era absurda. Não tenho rivalidade com ele. Minha rivalidade é com todos os adversários que vestem uma camisa que não é a do Palmeiras", disse Prass.

O herói palmeirense ainda disse que aprovou a comemoração dos jogadores ainda no gramado do Allianz Parque. Após a vitória, os atletas imitaram a careta feita por Ricardo Oliveira em um dos jogos entre os times nesse ano. 

"Sem dúvidas. É a lei da física: toda ação tem uma reação. Ele teve uma atitude, que diz ele que não era para mim, mas a gente sabe que não. Ele não quis assumir. Mas tudo bem. Faz parte do futebol. Quem pode mais chora menos", afirmou.

Final épico

Na decisão por pênaltis, o camisa 1 conseguiu defender o chute do zagueiro Gustavo Henrique. Na última cobrança do Palmeiras, Prass venceu o goleiro Vanderlei e garantiu o título do Palmeiras.

De acordo com ele, parte do desfecho já era esperado. Prass apostava nos pênaltis por causa do equilíbrio do confronto. Nos seis jogos anteriores à final, o mandante sempre venceu por um gol de diferença.

Realizar a última cobrança, porém, era um sonho distante. Apesar disso, o goleiro dedicou parte do tempo às batidas de pênaltis nos treinos do Palmeiras. "O Marcelo perguntava para mim e elogiava o meu desempenho. Eu falava que se precisasse bater, bateria sem problemas nenhum", frisou.

Grêmio, Vasco e Palmeiras

Prass completou 37 anos em julho deste ano. Antes de vestir a camisa do Palmeiras em 155 partidas, o goleiro defendeu Francana, Vila Nova, Coritiba, União de Leiria-POR e Vasco. Dois anos depois de chegar ao clube alviverde, ele afirma que virou torcedor do time. "Virei palmeirense depois de tudo que passei no clube", ressaltou.

Revelado pelo Grêmio, Prass ainda mostra carinho pelo time gaúcho. E revela uma mágoa. "Fiquei dez anos lá, mas não fiz nenhum jogo pelo profissional. Faltou isso na minha carreira. O Vasco tem lugar no meu coração. A torcida não foi agressiva e até cantou uma música que cantavam em São Januário", disse.

Libertadores 2016

O herói palmeirense disputará sua segunda Libertadores pelo Palmeiras. Na primeira, em 2013, o time paulista caiu nas oitavas de final diante do Tijuana. Para o goleiro, no ano que vem, o Palmeiras terá mais chances.

"Em 2013, houve improviso. Em 2016, será em um estágio muito bom. Não tem comparação", disse o camisa 1, que descarta qualquer favoritismo. "O favoritismo é complicado. A Copa do Brasil é um exemplo disso."

UOL Esporte

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