Último remanescente da Era Guga adia aposentadoria para ir à 4ª Olimpíada

(Foto: Elsa/Getty Images)


Aos 38 anos de idade e atuando como profissional há mais de 19, André Sá é o último representante da "Era Guga" ainda em atividade no tênis brasileiro. E após tanto tempo na ativa, o mineiro só segue jogando em busca de um objetivo: disputar no Rio de Janeiro a quarta Olimpíada de sua carreira. Ele esteve presente nas três últimas edições: Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012, sempre nas duplas.

"Isso é o que me mantém motivado a acordar e treinar a cada a dia e até adiou a minha aposentadoria. Foi um desafio que coloquei para mim, conseguir a classificação para esta Olimpíada. Sempre foi o meu foco principal. Imagina como será estar lá, jogando na frente dos torcedores brasileiros, curtindo a atmosfera? Será incrível", afirmou Sá em entrevista ao UOL Esporte.

Neste fim de semana, o tenista poderá sentir um pouco do gostinho do que poderá acontecer no ano que vem durante a realização do evento-teste no Parque Olímpico.

Mas para estar de fato nos Jogos, o caminho ainda é longo. A definição dos classificados só ocorrerá no dia 6 de junho, com a divulgação do ranking mundial após o Grand Slam de Roland Garros. No momento não é possível ainda determinar qual será a linha da corte na lista da ATP para a chave olímpica de duplas, que terá 32 parcerias, sendo que oito delas determinadas por convite. São diversos os fatores a serem levados em conta para a classificação, sendo os principais deles o limite de seis atletas por país (entre os torneios de simples e duplas) e uma fusão entre os rankings de simples e duplas.

Isso quer dizer que atualmente, Sá é o quarto melhor do país na corrida olímpica. Na 42ª posição do ranking de duplas, fica atrás de Marcelo Melo (1º em duplas), Bruno Soares (22º em duplas) e Thomaz Bellucci (37º em simples). Como já é certo que Melo e Soares jogarão juntos, Sá repetiria com Bellucci a parceria que formaram em Londres. Na oportunidade, caíram para os irmão Bob e Mike Bryan logo na estreia.

"As chances de conseguir a vaga são bem grandes. Apesar de não ser possível falar agora em qual posição precisarei estar, tento me basear pelo que aconteceu em Londres, que quem estava até a 70ª colocação nas duplas conseguiu jogar. O importante foi que na temporada de 2015 consegui somar muitos pontos e subir no ranking (começou o ano em 73º). Foram três títulos ganhos. Agora a chave é manter isso e beliscar mais alguns pontos para não ter uma queda. Vou jogar o máximo de torneios que puder nestes cinco meses que faltam até a definição. Estou bem confiante", disse Sá, que atuará ao lado do australiano Chris Guccione ao longo de todo o ano de 2016.

Em suas três participações olímpicas, Sá nunca conseguiu passar da segunda rodada. Em Atenas-2004, atuando ao lado de Flávia Saretta, depois de triunfo na estreia perdeu para Kevin Ullyet/Wayne Black (ZIM).  Naquele ano, teve a chance de dividir quarto com Guga.

"Foi uma experiência muito legal e também engraçada. No banheiro não tinha box, então molhava tudo quando a gente tomava banho. E a regra era que depois do banho, você tinha de secar tudo. Imagina que engraçado que era o Guga só de toalinha com um rodo na mão secando tudo (risos). Tenho as fotos até hoje", contou Sá, que participou de vários confrontos da Copa Davis ao lado do maior tenista brasileiro da história.

Em Pequim-2008,  ao lado de Marcelo Melo, Sá caiu ante os indianos Leander Paes/Mahesh Bhupathi, depois de bater Tomas Berdych/Radek Stepanek no primeiro jogo.

UOL Esporte

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