Seleção de vôlei estuda enviar "time B" para o Pan-Americano

Ciente da superioridade nacional em quadra, Bernardinho optou por reservas no terceiro set contra Porto Rico. Foto: Fernando Borges/Terra

Bernardinho cogita até mandar auxiliar técnico para comandar time do Pan

A Seleção Brasileira de vôlei terá que se dividir em duas, literalmente, se quiser dar conta de todos os compromissos do calendário esportivo desta temporada. Na disputa por uma vaga nas finais da Liga Mundial, os comandados de Bernardinho ainda terão pela frente uma série de competições no decorrer do ano, e, provavelmente, o Pan de Guadalajara deve ser um dos torneios que o Brasil não contará com força total.

Ao término da Liga Mundial, a Seleção participa de campeonatos em todos os meses de 2011. Começa com o Torneio de Londres, em julho; a Universíade, na China, em agosto; o Sul-Americano, em setembro, aqui no Brasil, e que garante classificação para a Copa do Mundo; o Pan-Americano, em outubro, em Guadalajara, e a própria Copa do Mundo, no Japão, entre novembro e dezembro. Por trás da participação nestes torneios, porém, existe uma prioridade: a vaga olímpica em Londres, em 2012.

"Querer jogar todos os campeonatos, eu quero, claro. Mas sinto que estamos entrando numa fase de muitos treinos e jogos, e os primeiros desgastes físicos já estão começando a acontecer. Vamos ter que priorizar algumas coisas mesmo, porque o calendário está muito apertado", afirmou o levantador Bruninho.

Um fator levantado pelo ponteiro Dante - que prefere não disputar o Pan para se poupar - é a logística prejudicada para que a Seleção consiga estar em todos os lugares em que são realizados os campeonatos. Para o jogador, o término do Pan-Americano está muito próximo do início da Copa do Mundo, que é a competição que garante vaga nos Jogos de Londres.

"Se você parar para pensar, a viagem para o Japão, onde acontece a Copa do Mundo, é bem complicada. Fica muito longe, precisamos chegar no mínimo uns 10 dias antes para a aclimatação, e recém-saídos de jogos complicados, como são os do Pan. É melhor dar uma segurada e não ir para Guadalajara", disse.

Éder, central que esteve com o grupo do Pan 2007, mas foi cortado às vésperas do evento, vê o Pan como um torneio de tradição, e afirmou que "se tiver a oportunidade, gostaria sim de participar dos jogos em Guadalajara".

"Seleção B"

O técnico Bernardinho fez coro aos seus atletas e ao seu capitão ("É impossível jogar tudo", disse Giba), e prefere não arriscar a vaga nos Jogos de 2012, nem a integridade física de algum jogador. Porém, o comandante brasileiro faz ressalvas positivas para a formação de uma possível "Seleção B".

"Neste ano, teremos muitos campeonatos, e com essa temporada longa, vamos conseguir fazer muitos testes. Nossa ideia é desenvolver jogadores, de gerações intermediárias ou mais novas, para contarmos com eles em um futuro próximo, que começa agora, passa por 2012, e vai até 2016, nos Jogos Olímpicos aqui no Brasil", afirmou.

Bernardinho levantou, inclusive, a possibilidade de Rubinho, seu assistente técnico, comandar a equipe brasileira no Pan de Guadalajara. "É uma possibilidade, mas que ainda não está 100% certa. Depende das condições de Guadalajara, das nossas logísticas de viagem. Vamos receber relatórios e estudar, e, provavelmente, decidir essa estratégia em um último momento", explicou.

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