Contra Noruega, Brasil tenta encontrar futebol e encaminhar vaga

Brasileiras comemoram após golaço de Rosana na estreia na Copa do Mundo. Foto: Reuters

Após triunfo apertado sobre a Austrália, Seleção busca vitória e classificação sobre a Noruega

A Seleção Brasileira, que volta a campo às 13h15 (de Brasília) deste domingo, tem dois objetivos contra a Noruega, naquela que será a segunda partida de ambos na Copa do Mundo: encontrar o bom futebol, ausente na vitoriosa estreia contra a Austrália, e quem sabe até encaminhar a classificação para as quartas de final. Há até uma boa chance de deixar a Vokswagen Arena, palco do duelo contra as norueguesas, com a vaga já assegurada.

Para isso, a Seleção Brasileira torce por uma vitória das australianas contra Guiné Equatorial, adversário do Brasil na próxima quarta, em Frankfurt, ou mesmo um empate. Caso um desses resultados ocorram, a Seleção precisará apenas vencer as norueguesas por qualquer marcador para carimbar o passaporte para a próxima fase. Internamente, entretanto, o clima é de concentração e de ajustes para que a equipe renda mais perto de suas possibilidades.

"Erramos muito na estreia, foi realmente abaixo do que esperamos da Seleção. Era um jogo de estreia, com toda aquela ansiedade, e as nossas jogadoras procuraram ser bem disciplinadas taticamente, porque a Austrália nos envolvia na velocidade e elas procuraram jogar um futebol de resultado a fazer um estilo brasileiro. Agora precisamos melhorar a parte técnica, jogar mais com ela, fazer velocidade, driblar, ter irreverência. Tudo isso faltou", analisou o treinador Kleiton Lima depois do último treino para o confronto com a Noruega.

Apesar do futebol abaixo da expectativa, Kleiton deve preservar a mesma escalação da estreia, mas deve levar uma dúvida até a preleção: a lateral direita Fabiana, com dores no joelho esquerdo, não participou das atividades desde o jogo contra a Austrália e, segundo o treinador, foi poupada no sábado para que a lesão não se agravasse. A tendência é que jogue, mas uma eventual mudança faria o técnico alterar toda a estrutura do time, já que não tem nenhuma jogadora da posição no banco.

Para encontrar o bom jogo, a Seleção também espera poder contar mais com Marta, que se esforçou na estreia mas não conseguiu uma atuação de alto nível. "Às vezes há situações com uma, duas ou três jogadoras me marcando, e aí não consigo fazer as jogadas que costumo", ponderou a atacante, que tenta abrir espaços para as demais. "Quando as marcadoras pensam que a bola pode ir até você, de repente são pegas de surpresa", definiu.

O único gol do Brasil surgiu justamente em combinação de Cristiane e Rosana, em um momento onde a defesa australiana estava em igualdade numérica com as duas jogadoras. Mas, para Kleiton Lima, Marta também depende de uma atuação mais coletiva da própria equipe para render mais perto do seu habitual. "Temos que jogar coletivamente. Claro que vamos explorá-la em lances individuais, mas na medida que nos agruparmos, isso vai facilitar para ela. A Marta é única, é uma jogadora espetacular e acima da média, mas não podemos jogar tudo nas costas dela", defendeu o treinador.

Apesar de idealizar melhor futebol para o segundo jogo, o Brasil também sabe que encontrará dificuldades contra a Noruega, campeã do mundo em 1995. A goleira Andréia Suntaque até compara o estilo físico e competitivo das norueguesas com a Austrália, a adversária do primeiro jogo. "Já foram campeãs, têm tradição e uma escola escandinava com grandes jogadoras. Teremos dificuldades novamente, mas a Seleção está bem preparada. Hoje assistimos a duas horas de DVD do jogo delas", definiu a goleira. Já o treinador também vê diferenças entre as duas escolas, apesar das semelhanças.

"São similares na força, mas a Austrália tem toques rápidos e entra mais por baixo. A Noruega entra na bola aérea, na diagonal, e busca as costas das nossas laterais. Mas a força e o biotipo das jogadoras é parecido", analisou Kleiton Lima. Em sete confrontos entre as duas seleções, o Brasil tem três vitórias e duas derrotas - houve dois empates.

A Seleção Brasileira deve ter a seguinte formação: Andréia Suntaque; Aline Pellegrino, Daiane e Erika; Fabiana, Ester, Formiga e Maurine; Rosana; Marta e Cristiane. A Noruega deve repetir a escalação do primeiro jogo, em que bateu Guiné Equatorial por 1 a 0: Hjelmseth; Berge, Mjelder, Lund e Gardsjord; Ronning, Stensland, Giske e Haavi; Herlovsen e Thorsnes.

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