Duelo de irmãos por vaga no Pan é atração na Seleção de handebol

Marcão e Mike são dois dos três pleiteantes às duas vagas para goleiro em disputa no Pan de Guadalajara - o outro candidato é Rick. Foto: Eladio Machado/Terra

Maik e Marcão vivem disputa sadia e familiar dentro da Seleção Brasileira

Concorrentes, mas nem tanto. Os irmãos mais famosos do handebol brasileiro estão longe de se preocupar com a disputa que travam pelo cobiçado posto de goleiro da Seleção Brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Alheios a esta condição, Maik e Marcão só pensam em romper um jejum: ir ao México e conquistar juntos, pela primeira vez, a medalha de ouro na principal competição poliesportiva das Américas. Até agora, a dupla ainda não partilhou o ponto mais alto do pódio.

Primogênito, Marcão, 34 anos, lidera as contas de título com a camisa da Seleção. Entre outras conquistas, levou o ouro no Pan de Santo Domingo, em 2003, época em que o irmão mais novo ainda se consolidava como arqueiro.

Maik, 30, por sua vez, foi peça-chave na conquista no Pan do Rio de Janeiro 2007. Marcão havia participado de todo o ciclo pré-Pan, mas acabou sendo cortado da lista final que foi ao torneio - o outro goleiro escolhido foi Alexandre.

Para o memorável encontro em solo mexicano acontecer, no entanto, a dupla, que defende o Esporte Clube Pinheiros, uma das forças do handebol paulista, contará com a sombra de Rick, goleiro da Unopar, que também está sob observação do treinador brasileiro, o espanhol Javier Garcia Cuesta - apenas dois goleiros vão ao Pan.

Sincero, Marcão argumenta que o irmão tem algumas cartas na manga para ganhar a corrida pela vaga. "O Maik tem uma velocidade de reação muito grande. Ele tem pouca estatura, mas compensa com um ótimo posicionamento. É por isso que o considero o melhor goleiro do Brasil".

O caçula replica. "Meu irmão é muito determinado. Demonstra sempre uma atitude dentro de quadra. Outra característica é o foco nos seus objetivos. Ele sempre viabiliza meios para chegar aonde quer. O Marcão tem um prazer imenso em jogar handebol, foi o meu espelho no esporte", emendou.

Maik acredita que a briga pela preferência de Javier Garcia está em aberto. "Os três são merecedores de estar na Seleção. Independente de quem for convocado, o Brasil estará bem representado. Poderia ficar tranquilo se eu não fosse ao Pan, porque sei que meu irmão e o Rick estão em forma. Para o bem do Brasil, eu deixo a vaidade de lado".

Sobre a "competição caseira" com o irmão, Marcão explica que o apoio mútuo é o melhor antídoto para espantar qualquer crise em família. "A gente se provoca, mas tudo na brincadeira. Ele sempre me dá força, me passa confiança. Trocamos conselhos sobre tudo. Nunca tivemos qualquer conflito". Contando os dias para a convocação, Maik e Marcão se adiantam e projetam as chances do Brasil no Pan.

"Nem sei se estarei no Pan, mas o objetivo principal é o tricampeonato. Temos um time forte, que está adaptado ao jogo das principais potências da Europa. Podemos jogar de igual para igual contra qualquer um", disse Maik, que ainda citou o Chile como provável surpresa no torneio: "eles evoluíram muito e podem chegar ao pódio".

Marcão seguiu a mesma linha. "A Seleção vem passando por um momento de renovação, mas tivemos bons testes. Jogamos bem os amistosos contra a Dinamarca - de três duelos, os brasileiros levaram a melhor em dois. Temos condições de chegar lá (no México) e levar esse tricampeonato". O Pan-Americano de Guadalajara classifica automaticamente o seu campeão aos Jogos Olímpicos de Londres 2012.

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