Scheidt e Prada admitem mudança de barco e "laboratório" por Londres

Scheidt e Prada vão focar em detalhes técnicos antes da Olimpíada de Londres. Foto: Local/Divulgação

Scheidt e Prada vão focar em detalhes técnicos antes da Olimpíada de Londres

Desde que mudaram de classe e passaram a competir juntos na Star, em 2005, Robert Scheidt e Bruno Prada têm alterado periodicamente o barco utilizado nas provas. O processo fez parte da evolução na categoria: conforme ganhavam experiência e conhecimento técnico, alteravam o modelo para um melhor desempenho. Essa fase de laboratório será intensificada nas próximas semanas, com a possibilidade da definição de uma nova embarcação para a Olimpíada de Londres.

O primeiro modelo utilizado foi o alemão Mader, que continua guardado no depósito do Yacht Club Santo Amaro. A embarcação italiana da marca Lilia também competiu algumas vezes sob comando dos brasileiros, até a aparição do americano PStar. De acordo Scheidt, a previsão é de que 12 dos 16 classificados à Olimpíada usem esse modelo na raia olímpica - restam ainda quatro vagas a serem definidas.

"O modelo americano é muito moderno. A construção dele otimizou muito a concentração de peso no centro do barco, então ele é muito equilibrado, e rende bem com vento em popa. Gostamos bastante dele. Se fosse para escolher hoje, usaríamos esse. Mas se temos de testar algo que pode ser ainda melhor, então por que não?", indagou Robert Scheidt. A novidade, portanto, pode ser um modelo da italiana Follia.

De acordo com os velejadores, trata-se de um barco mais tradicional e com boa performance em todos os tipos de vento. "Recentemente, o barco ganhou pequenas modificações para alterar a velocidade com o vento em proa (na direção contrária ao 'bico' da embarcação)", explicou Scheidt. O primeiro teste será realizado na etapa da Copa do Mundo de Vela, em Palma de Mallorca, a partir de 31 de março.

Esse modelo italiano é cogitado apenas por um dos prováveis adversários dos brasileiros em Londres: o sueco Frederik Loof, que ficou com o bronze nos Jogos de Pequim 2008 e Sydney 2000. Ele também está testando a embarcação. "É possível que ele tenha algumas vantagens que podem ser importantes para a Olimpíada", complementou Robert Scheidt.

Laboratório

Há outros fatores técnicos importantes para o resultado na Olimpíada que serão trabalhados por Robert Scheidt e Bruno Prada: o desenvolvimento de equipamentos para o barco. Com a possibilidade de encarar muitos concorrentes usando o mesmo modelo de embarcação, a eficiência das peças pode fazer a diferença para o resultado final da disputa em Londres. Principalmente o desenvolvimento de novas velas.

"A gente tem um desenhista de velas que está tentando evoluir a durabilidade dos modelos. Quando você usa a vela pela primeira vez, por dois ou três dias ela funciona de um jeito. Com o desgaste, ela muda bastante. Então vamos testar isso nos próximos meses para ver se realmente vai render", apontou Robert Scheidt. A dupla brasileira não tem qualquer pressão por resultados, já que tem vaga assegurada para os Jogos de Londres.

"Vamos fazer um grande laboratório", apontou Bruno Prada. "Sempre falamos disso porque é uma coisa muito importante. Comparando com a Olimpíada de 2008, essa era a nossa maior deficiência", concluiu o velejador. Em Pequim, com uma reação nas últimas regatas e uma combinação de resultados na medal race, a dupla ficou com a prata. Para Londres, estarão sem dúvidas preparados para chegar ao lugar mais alto do pódio.

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