Adriano vive "inferno astral" desde a saída do Flamengo

O Adriano é muito mais tranquilo, quieto e na dele do que o Ronaldo e o Roberto Carlos, definiu o zagueiro Paulo André. Foto: Ale Vianna / News Free/Gazeta Press

Adriano não consegue um desempenho regular desde o título brasileiro de 2009

Grande símbolo da conquista do Flamengo no Campeonato Brasileiro de 2009, quando terminou a competição como o artilheiro (empatado com Diego Tardelli, ex-Atlético-MG) ao anotar 19 gols, o atacante Adriano vive um "inferno astral" desde a primeira conquista de um torneio nacional da carreira. O péssimo momento foi confirmado nesta terça-feira, após o Corinthians confirmar o rompimento do tendão da perna esquerda, que afastará o atleta por cinco meses dos gramados.

Depois do título brasileiro, Adriano apenas colheu decepções na carreira de jogador profissional. Apesar de marcar gols durante o primeiro semestre de 2010, o centroavante fracassou com a equipe rubro-negra. No Campeonato Carioca, o jogador e a equipe rubro-negra diante do Botafogo na semifinal da Taça Guanabara e na decisão da Taça Rio, e acabou sendo um dos responsáveis pelo fracasso do time no torneio.

A irregularidade, no entanto, atingiu ainda mais Adriano na Copa Libertadores da América. O atacante assumiu uma grande responsabilidade na competição e brilhou, como na vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians, no Maracanã, pelas oitavas de final. No torneio, o Flamengo, por sua vez, não conseguiu passar das quartas - acabou eliminado pelo Universidad de Chile.

Apesar de bons momentos dentro de campo, Adriano pecou fora dele e desperdiçou a oportunidade de disputar a Copa do Mundo da África do Sul. Um ótimo exemplo ocorreu no dia 1º de maio, quando o ex-auxiliar da Seleção Brasileira Jorginho visitou o Ninho do Urubu para acompanhar o centroavante, que era um dos mais cotados para reforçar o ataque da equipe no torneio, e Adriano não estava lá.

A ausência sem justificativa, obviamente, acabou sendo decisiva para a não convocação do atleta para o torneio mais importante do calendário futebolístivo. Fora da Copa, Adriano deixou o Brasil e se transferiu para a Roma com o objetivo de retomar o apelido de "Imperador". Contudo, na capital italiana, o momento do jogador apenas piorou.

No clube, Adriano atuou por apenas cinco partidas no Campeonato Italiano, uma na Liga dos Campeões, uma na Copa Itália e uma na Supercopa do país. Neste período, o jogador não marcou em nenhuma partida oficial - balançou as redes somente em um amistoso realizado durante a pré-temporada, contra um combinado.

A má fase na Roma deveu-se muito às seguintes lesões do jogador. No final de agosto, Adriano sofreu com o músculo adutor da coxa direita e permaneceu um mês longe dos gramados, o que impediu o atleta de participar do início do Campeonato Italiano. A partir deste problema, o departamento médico passou a ser o ambiente mais frequentado pelo centroavante no clube.

No dia 30 de setembro, o atacante brasileiro sentiu uma lesão no tornozelo esquerdo e deixou o treinamento da Roma mais cedo. O problema fez o jogador deixar as atividades por quase dois meses e antecedeu o retorno das polêmicas extra-campo na carreira do antigo "Imperador de Milão".

No dia 20 de janeiro, a passagem de Adriano pela Roma praticamente terminou. Um dia depois da vitória por 2 a 1 sobre a arquirrival Lazio, em duelo pela Copa da Itália, o atacante teve confirmada uma lesão no ombro e o afastou por mais três semanas, as quais passou no Brasil para se recuperar.

A viagem para o País apenas externou o lado mais carente de Adriano. Longe da Itália e com uma tipoia, o atacante foi flagrado bebendo e acabou parado em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro, comportamento que irritou a Roma. Aos poucos, o centroavante não escondeu a insatisfação com a vida na Europa e manifestou a vontade de se transferir para o Flamengo.

O comportamento pouco profissional "obrigou" a Roma a encerrar o então compromisso de três temporadas. Livre, o jogador, visivelmente fora de forma e desacreditado, declarou publicamente o interesse de jogar no Flamengo. Contudo, a vontade não foi recíproca.

As diversas falhas extra-campo e o baixo rendimento nos gramados culminaram na passividade do Flamengo quanto à contratação do jogador. Sem tomar nenhuma atitude para acertar com Adriano, o Corinthians, apoiado pelo amigo e ex-jogador Ronaldo, assumiu o risco de apostar no irregular atleta de 29 anos.

A ideia inicial do clube alvinegro era estrear Adriano no primeiro confronto válido pelo Campeonato Brasileiro, marcado para o dia 22 de maio, contra o Grêmio, no Estádio Olímpico. Contudo, a necessidade da operação no tendão de Aquiles pode resultar no desfalque do atacante para toda a temporada.

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