Bernardinho diz que punição é retaliação: "querem cercear direito de falar"

O técnico Bernardinho, da seleção brasileira, falou sobre a punição sofrida. Nesta sexta-feira, depois da vitória de seu time, o Rexona/Ades, o treinador criticou a punição dada pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB). Ele pegou 10 jogos de suspensão por gestos feitos no fim da partida contra a Polônia no Mundial deste ano, conduta violenta contra o presidente do comitê de controle e diretor de imprensa, além das declarações contra a FIVB após a derrota na final.

"Gostaríamos muito que a final da Liga Mundial fosse no Brasil, porque o Brasil vai sediar as Olimpíadas, treinar, jogar em casa. Mas as relações com a federação internacional estão complicadas, estão conflituosas, obviamente as punições são retaliações de pessoas que ontem sofreram o baque de denúncias das investigações do CGU e hoje vem com retaliações claras", falou o técnico ao SporTV.

O treinador ainda citou o caso de Kerri Walsh, tricampeã olímpica, que disparou contra a FIVB e não foi punida. "No nosso passado recente, quando houve revolta no vôlei da praia, me lembro da tricampeã olímpica Wash criticando a federação internacional e nada foi feito contra ninguém. A retaliação pela minha declaração do Mundial, de dez jogos, é cercear o direito de falar, eu falei porque tenho muita coisa engasgada há muito tempo. As coisas vêm acontecendo, é o que eu digo, é uma pena que o vôlei seja levado dessa forma. Mas obviamente é uma retaliação", complementou.

Bernardinho reforçou que irá recorrer da punição de dez jogos e quer ter a oportunidade de dar sua versão de tudo que aconteceu durante o Mundial da Polônia.

"Vou recorrer, não vai parar aqui, quero ir lá para apresentar a minha versão, e aqueles milhões de jogos que treinadores não apresentaram. Deixei de ir a um, não fui ao seguinte. Não fui pelo seguinte:  houve confusão da quadra, não estava presente, quando soube, decidi não ir à coletiva, me conhecendo vou falar, se falar vai piorar a situação e eles se aproveitaram disso para", afirmou antes de falar que não quer que o vôlei brasileiro seja punido.

"Só espero que eu não prejudique o vôlei brasileiro, que não influencie os jogadores. Ainda bem que eu levei a maior punição. É uma série de inverdades no relatório que obtive nesta tarde que eu estava na confusão. Só pegar as imagens, quero que prove, eu não estava, eu sai da quadra. Pelo menos sempre cai nas minhas costas, porque não vou me furtar de dar opinião, de falar as coisas como elas são", falou.

Questionado sobre a possibilidade de parar a Superliga, pelos escândalos envolvendo a antiga gestão da CBV, Bernardinho disse que não acha que os jogadores farão isso, mas elogiou o comportamento dos atletas.

"Acho que não vão parar por respeito aos patrocinadores fantásticos que temos. Certamente não vão se calar, Brasil não pode mais se calar diante de coisas erradas, acho que é exemplo que tem de se dar. Seguir demandando punições para quem estiver errado. Queremos que feitas investigações, sejam levados a fundo, que as pessoas paguem por seus erros. Os rapazes precisam ter essa consciência, cobrar dos dirigentes que estão se mobilizando, nota oficial que li antes do jogo é clara demonstração que estão, é uma pena que respinga na área técnica, mas se vê uma mobilização grande em direção a própria negação do presidente da FIVB que relatório não teria nenhuma irregularidade. Soube hoje, declarações do presidente da CBV que há sim série de inconsistências no relatório. Cabe as pessoas julgarem, e nós vamos fazer trabalho em quadra", finalizou.

UOL Esporte

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