Palmeiras, Corinthians, Itaquera, Cruzeiro, Napoli, Juvenal Juvêncio, Penalty, Puma, CBF... não é uma lista aleatória de pessoas e entidades ligadas ao futebol brasileiro. É uma compilação de desafetos e inimigos do São Paulo na gestão do presidente Carlos Miguel Aidar, que começou em abril deste ano. Em oito meses, a média é de praticamente uma briga por mês.
Dentro de campo, o time foi bem. Depois de flertar com o rebaixamento em 2013, repatriou Kaká, brigou pelo título brasileiro e conseguiu uma classificação tranquila para a Libertadores. Entra em 2015 como uma das grandes forças na principal competição sul-americana.
Fora de campo, o São Paulo de Aidar cortou relações com um rival, e discutiu publicamente com outro; deixou um bairro da cidade revoltado com suas declarações. Conseguiu uma nota de repúdio de um clube italiano, ameaças de processos judiciais da atual fornecedora de material esportivo e de uma das candidatas a substituí-la. Prometeu, e ainda não cumpriu, entrar com uma ação judicial milionária contra a CBF.
Além disso, Aidar trava uma incessante batalha política, tanto pública como nos bastidores, com o ex-presidente Juvenal Juvêncio, que o escolheu como seu sucessor no final de 2013.
Pulou o muro
Dentre as brigas com clubes, a com o Palmeiras é a mais séria. Depois de tirar Alan Kardec do Palmeiras, a diretoria são-paulina foi chamada de antiética por Paulo Nobre, presidente alviverde. Ao responder, Aidar nem pensou em colocar panos quentes: chamou a reação de "patética" e disse que o Palmeiras estava "se apequenando".
A rusga fez com que os rivais cortassem relações. Aparentemente, não há nenhum interesse, pelo menos no Morumbi, em fazer às pazes: Wesley é um dos reforços são-paulinos para a próxima temporada. O volante negociava uma renovação com a direção alviverde.
Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, tentou explicar, mas foi criticado por perder Kardec
Outras declarações, sobre vários temas, como a localização do Itaquerão, supostos atrasos de salários no atual campeão brasileiro e a máfia napolitana Camorra indispuseram o mandatário com Corinthians, Cruzeiro e Napoli, respectivamente.
Quem é o patrocinador?
A Penalty é a atual fornecedora de material esportivo do clube, que negociou uma substituição com a Puma e com a Under Armour. Na semana passada, a empresa alemã veio a público e alegou que assinou contrato com o São Paulo para assumir assim que a atual parceira saia. O departamento de marketing são-paulino negou, e o caso deve parar na Justiça.
Nesse imbróglio, a Penalty também ficou incomodada, e pode processar o clube paulista. Enquanto isso, a fornecedora de material para 2015 deve ser a norte-americana Under Armour.
Criador e criatura
Até o final do ano passado, Carlos Miguel Aidar estava alheio à política do São Paulo. Com o surgimento de uma oposição no clube, o então presidente Juvenal Juvêncio trouxe Aidar de volta ao cenário, apontando seu sucessor.
Neste processo, Juvenal se indispôs com aliados como Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. A estratégia, porém, deu certo: Aidar foi eleito. Ao assumir, porém, decidiu cortar os vários braços de influência de seu antecessor, que governava o clube de forma centralizadora.
A atitude culminou em agressivas trocas de farpas entre Aidar e Juvenal via imprensa, que se estenderam até o final deste ano. O atual presidente, em entrevista à imprensa, disse que não falará mais sobre seu antecessor. Juvenal, por outro lado, garante que não irá descansar enquanto não tirar o mandatário de seu posto.
Em 2015, o São Paulo tem tudo para brigar por títulos: conseguiu manter a boa base deste ano, com alguns reforços. Se quiser ter tranquilidade, porém, terá que obter as mesmas vitórias que conseguir dentro de campo fora dele, nas batalhas que escolheu travar ao longo de 2014.
UOL Esporte
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