Ídolos relembram frio na barriga e "churrasco de graça" em convocação

  Foto: Gazeta Press

Sem dormir direito, Victor espera confirmação na próxima terça para fazer festa em concentração do Grêmio

A terça-feira, 11 de maio, pode ser um dia a ficar marcado na carreira de destaques do futebol brasileiro. Se Kaká, Julio César e Maicon são alguns jogadores com presença certa na convocação de Dunga, outros vivem a expectativa de disputar a Copa do Mundo na África do Sul. Paulo Henrique, o Ganso, e Neymar são os personagens da vez. Mas outros craques já passaram por isso.

Até quem tem presença quase certa entre os relacionados já conta os minutos para Dunga divulgar os 23 jogadores. Mesmo em fase final da Copa do Brasil, o goleiro Victor, do Grêmio, diz que vem perdendo horas de sono esperando pela vaga.

"Estou muito ansioso, não tenho nem conseguido dormir nas últimas noites. É esperar terça-feira, que estarei assistindo ao lado dos meus companheiros de Grêmio, já que concentramos na segunda-feira de noite para a partida contra o Santos".

Enquanto jovens jogadores passam pela ansiedade da convocação, outros que fizeram história pela Seleção Brasileira viveram a mesma situação. Expectativa e apreensão vieram antes da tão sonhada convocação para a Copa do Mundo.

Em 2002, Vampeta foi um dos seleciondos por Luiz Felipe Scolari. Ele conta ter usado sua experiência para evitar o nervosismo. A convocação lhe rendeu a vaga e um almoço grátis, como lembra: "eu procurava não pensar muito nisso, mas tem a expectativa normal, que faz parte no futebol. Quando saiu a convocação eu estava em uma churrascaria e o garçom me avisou que eu estava na Seleção. Depois, o gerente disse que o almoço seria por conta da casa (risos)".

Apesar dos sonos perdidos, Victor deve ser presença certa na Copa. A expectativa por surpresas está depositada em cima da dupla santista Neymar e Ganso. Ronaldinho, em alta na Europa, pode pintar na lista.

Mas os garotos podem ficar tranquilos, quem afirma é Oscar Bernardi, ex-zagueiro de Ponte Preta e São Paulo. Participante de três edições da Copa do Mundo (1978, 82 e 86), ele diz que os craques podem até ficar de fora neste ano, mas vestir a camisa verde-amarela é questão de tempo.

"São jogadores novos e se não forem nessa, vão em outras convocações. Eu entendo que eles podem ir agora, mas eles não precisam se preocupar que o lugar deles está guardado", disse o ex-jogador que, em seguida, lembrou de sua primeira convocação, que soube de maneira inusitada.

"A minha primeira convocação em Copa foi quando estava na Ponte Preta. Sabia que poderia ir e para isso eu treinava ainda mais para confirmar meu espaço. Foi um jeito de lidar com a ansiedade. Eu estava caminhando na rua quando me contaram que fui convocado, foi um dia muito marcante".

Outro são-paulino que já defendeu o Brasil em Copa do Mundo foi o ex-goleiro Zetti. Junto a Taffarel, já vinha sendo convocado com frequência durante as Eliminatórias para 1994, mas mesmo assim não se livrou do "frio da barriga" às vésperas da convocação.

"Eu entendo que há jogadores que até poderiam ficar tranquilos, o meu caso foi esse, mas não é fácil assim. A gente sempre se preocupa, não queremos essa surpresa de em cima da hora ficar fora. É normal, jogar a Copa é o grande acontecimento na vida de um atleta, ainda tem a valorização na carreira, a possibilidade de fazer melhores contratos, isso gera ansiedade", comentou Zetti.

Neste ano, o ex-goleiro acredita que Dunga não irá surpreender na convocação, mas admite que se estivesse no comando da Seleção Brasileira chamaria a dupla do Santos. "Em Copa não pode ter erros, não dá para fazer testes. É isso que eu vejo no caso do Neymar e do Ganso. Ele fechou o grupo e está com ele na mão. Pra ele fazer um teste eu acho que não vai ter possibilidade. Mas se eu fosse o treinador eu levaria os dois, eles são diferenciados".

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