7 a 1 e Bola de Ouro mostram que Brasil é só coadjuvante no futebol mundial















Nenhum país venceu mais vezes o prêmio de melhor do mundo da Fifa que o Brasil. Em 2014, porém, os únicos representantes do país que ganharam algo no Oscar do futebol sequer estavam lá para receberem seus prêmios. Pior. Eleitos para a seleção do ano, Thiago Silva e David Luiz viraram motivo de piada na internet e na imprensa internacional.

Os memes que tomaram conta do Twitter colocaram a dupla nos trending topics do microblog e as exclamações de surpresa de jornais europeus como o inglês Guardian denunciam a condição de coadjuvantes dos brasileiros. Desde que Kaká venceu a Bola de Ouro, em 2007, o Brasil não aparece entre as estrelas da festa de gala da Fifa. 

A queda não é recente, mas foi evidenciada pelo 7 a 1 sofrido no Mundial em circunstâncias trágicas. Thiago Silva e David Luiz garantiram seus lugares em uma eleição feita pelos próprios jogadores, mas não passaram impunes do crivo da mídia e dos torcedores, que reagiram ao fato de que os zagueiros da seleção que levou a maior goleada de uma semifinal de Copa saem de uma premiação desse porte laureados. 

O brasileiro melhor colocado na eleição que consagrou Cristiano Ronaldo foi Neymar, no sétimo posto – dois lugares abaixo de onde ele esteve em 2013. Só seis, das centenas de votantes, apontaram o brasileiro como o melhor do mundo. Um deles foi o próprio técnico da seleção brasileira, Dunga, que pôs o ex-santista à frente de Messi, e Cristiano Ronaldo.

Neymar é o brasileiro mais bem posicionado para herdar o legado de Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, que conquistaram, juntos, oito prêmios de melhor do mundo. Portugal, de Figo e Cristiano Ronaldo; e Argentina, de Messi, dividem a segunda colocação.

A questão é que Neymar, até que se prove o contrário, está sozinho. Nenhum outro brasileiro havia entrado na lista de 23 candidatos ao prêmio. Nos últimos quatro anos, o ex-santista foi o único que entrou no top 10 do planeta e o único brasileiro indicado que atua do meio para frente.

Enquanto isso, os países que dão as cartas no mundo do futebol seguem emplacando craques. Os alemães, por exemplo, dominaram praticamente toda a premiação, da seleção do planeta ao futebol feminino. A exceção foi a Bola de Ouro para Cristiano Ronaldo, mas ainda assim Neuer marcou presença no pódio.

O último brasileiro a brigar para ser o melhor do mundo o fez em 2007, quando Kaká levantou o prêmio. A estiagem brasileira, portanto, dura tanto quanto o domínio de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. 

É injusto dizer que os brasileiros desapareceram nesse período. Times como Chelsea, PSG e Barcelona tiveram suas legiões de brasileiros e outras forças como Real Madrid e Manchester City também têm representantes verde-amarelos. Só que, exceção feita à defensiva Inter de Milão de 2010, nenhum gigante do Velho Continente usou jogadores do país como principal força. 

Não por acaso, Neymar está solitário entre os jogadores de meio para frente na nata do futebol mundial. Indicado duas vezes para a lista final de Bola de Ouro, o ex-santista é o único representante ofensivo do Brasil. Os demais têm de se contentar com a condição de coadjuvantes.  

UOL Esporte

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