Pavilhão Olímpico nem abriu e terá reforma de R$ 1,8 mi para Rio-2016

(Foto: Vinicius Konchinski/UOL)


Um prédio recém-construído no Rio de Janeiro visando à Olimpíada de 2016 está prestes a entrar novamente em obras. O Pavilhão Olímpico, erguido de 2012 a 2014 num terreno ao lado da prefeitura, passará por adaptações para que enfim ganhe uma finalidade na Rio-2016. A nova obra no espaço, que ainda nem foi oficialmente inaugurado, já está em fase de licitação. Deve custar R$ 1,8 milhões, os quais serão pagos com recursos municipais.

Hoje, apesar de a prefeitura informar que o pavilhão está pronto, ele segue fechado. Quando o local foi projetado, a ideia era que ele abrigasse uma exposição sobre os Jogos do Rio. Essa exposição, contudo, nunca foi montada.

Decidiu-se, então, transformar o pavilhão num centro de mídia para jornalistas que trabalharão no Rio durante a Olimpíada de 2016. Para isso, porém, o espaço precisará de novas tubulações de esgoto, de um sistema de iluminação, de ligações para água, luz e gás, além de outras adaptações.

A prefeitura está realizando uma concorrência para escolher a empresa que executará esses serviços. Depois que a companhia for definida, ela terá quatro meses para reformar o novíssimo Pavilhão Olímpico.

Histórico de problemas

A ideia de construir um pavilhão para divulgação dos Jogos Olímpicos do Rio surgiu em 2012, duma parceria entre a prefeitura e a ACRJ (Associação Comercial do Rio de Janeiro). A prefeitura cedeu à associação o terreno para a obra. Já a ACRJ comprometeu-se em buscar recursos para a construção junto a patrocinadores e executar sozinha o projeto. Na época, ele estava orçado em R$ 15 milhões.

A obra foi iniciada, mas a captação de recursos não correu como o esperado. Sem recursos, a construção atrasou. O pavilhão, que seria inaugurado em 2013, só ficou pronto no final de 2014. Atrasada e sem financiadores, a exposição sobre a Olimpíada de 2016 e seus legados para o Rio de Janeiro não saiu do papel.

Com o pavilhão pronto, mas fechado, a prefeitura pensou em usar o local nas comemorações dos 450 anos do Rio. Anunciou que uma exposição sobre a cidade seria montada no espaço. Ela também foi cancelada.

No início deste ano, então, o município decidiu montar no local o Rio Media Center. O centro de mídia servirá como local de trabalho para cerca de 8 mil jornalistas nacionais e estrangeiros que estarão na capital fluminense durante a Olimpíada, mas não devem ser credenciados para frequentar instalações olímpicas, como as arenas ou o centro e mídia do COI (Comitê Olímpico Internacional).

Prefeitura justifica obra

Procurada pelo UOL Esporte, a prefeitura defendeu a realização de obras extras do Pavilhão Olímpico. Segundo o município, qualquer local escolhido para abrigar o Rio Media Center teria que passar por adaptações para comportar esse tipo de estrutura específica de atendimento à imprensa. A administração municipal ainda lembrou que "todas as instalações existentes a serem utilizadas nos Jogos Rio-2016 passarão por adaptações". O Engenhão é um exemplo.

A prefeitura também afirmou que escolheu montar o seu centro de mídia no Pavilhão Olímpico pensando em reduzir custos e facilitar o trabalho de jornalistas já que o local é bem atendido pelo sistema de transporte público da cidade. O município ainda reforçou que Pavilhão Olímpico nunca fez parte da Matriz de Responsabilidades ou do Plano de Políticas Públicas da Olimpíada. Sua construção foi realizada pela iniciativa privada. A Prefeitura apenas cedeu o terreno.

A ACRJ também foi procurada pelo UOL Esporte. Não respondeu.

Leia abaixo o posicionamento completo da Prefeitura do Rio de Janeiro sobre a reforma do Pavilhão Olímpico:

A O Pavilhão Olímpico nunca fez parte da Matriz de Responsabilidades ou do Plano de Políticas Públicas. Sua construção foi realizada pela iniciativa privada, sem aporte de verba pública. A Prefeitura apenas cedeu o terreno.

A Durante os Jogos Olímpicos, o Pavilhão será a sede do Rio Media Center (RMC) - o Centro Aberto de Mídia que receberá cerca de 8 mil jornalistas brasileiros e estrangeiros. Apesar de não ser uma obrigação com o Comitê Olímpico Internacional, as cidades-sede oferecem espaço semelhante aos jornalistas desde os Jogos de Sidney 2000. O RMC terá toda a estrutura necessária para facilitar o trabalho da imprensa durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, sobretudo daqueles que não possuem credencial do COI para acessar as instalações esportivas, incluindo estações de trabalho com internet cabeada e Wi-Fi de alta capacidade, sinal de satélite para transmissões ao vivo, estúdios de rádio e TV e auditório multiuso. A instalação vai funcionar 24 horas por dia, terá acessibilidade e capacidade para até 600 jornalistas simultaneamente.

A Qualquer local já existente escolhido para abrigar o Centro de Mídia Aberto teria que passar por adaptações para comportar esse tipo de estrutura específica de atendimento à imprensa, como foi feito à época da Copa do Mundo pelo governo federal no Forte de Copacabana; ou seria necessária a montagem de uma instalação temporária a exemplo do que foi feito pela Arquidiocese do Rio na época da Jornada Mundial da Juventude, no Campo de Marte do Forte de Copacabana. É importante lembrar que todas as instalações existentes a serem utilizadas nos Jogos Rio 2016 passarão por adaptações, como o Estádio Olímpico e a Arena Rio.

A Prefeitura optou por utilizar uma estrutura já existente justamente para reduzir os custos de implantação do Centro de Mídia Aberto e a escolha do Pavilhão Olímpico como sede do RMC é estratégica por sua localização central, a menos de 200 metros das estações de metrô Cidade Nova (Linha 2) e Estácio (Linha 1), que oferecem conexão para estações de trem e, futuramente, do VLT, facilitando assim a mobilidade dos jornalistas. Além disso, o RMC ficará próximo a pontos de diversas linhas de ônibus, a cerca de 400 metros do Centro de Operações do Rio (COR), a 100 metros do prédio do Comitê Organizador e entre duas importantes instalações olímpicas - o Maracanã e o Sambódromo.

UOL Esporte

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