Paixão da torcida mexicana conquista pilotos da Fórmula 1

(Foto: James Moy Photography)


Vestindo camiseta e boné da Ferrari, o menino de dez anos treme de emoção ao abraçar Sebastian Vettel. O pai tira foto empolgado, enquanto o garoto arrisca, em italiano: “você é um grande, Seb. Forza Ferrari”. O alemão tenta abrir caminho a uma multidão que busca tirar um selfie com o ídolo. Atende dentro do possível enquanto caminha para a reunião com os engenheiros e conversa comigo, visivelmente entusiasmado com o calor humano.

“São muitas pessoas, todas absolutamente apaixonadas pela Fórmula 1. Vejo que a paixão pelo automobilismo em geral é enorme. Fizeram um estádio com arquibancadas enormes e elas estiveram lotadas. É algo especial para nós. Com certeza, teremos uma grande corrida”, diz o alemão.

A expectativa para a corrida de hoje é que os 120 mil lugares do circuito Hermanos Rodriguez estejam tomados. Ontem, na classificação, foram mais de 100 mil pessoas. Para uma geração que se acostumou a correr em países exóticos, muitas vezes diantes de arquibancadas não muito cheias, a volta do México ao calendário é uma ótima notícia. “É isso que a F-1 precisa: correr países que querem ter a categoria”, fala o brasileiro Felipe Massa.

O piloto da Williams destaca que a paixão pelo esporte é até maior que as dificuldades de um país com sérios problemas a serem resolvidos. “O mais legal é ver a vontade deles fazer a Fórmula 1 e mostrar a paixão que eles têm. Os ingressos esgotaram em menos de uma semana. Imagino que para muitos torcedores o ingresso foi muito caro, mas eles estão presentes aqui. As pessoas querem participar, independente da condição das pessoas, que aqui no México é em geral difícil como também é no Brasil. Estou muito feliz de estar aqui. A vontade de correr diante de uma torcida assim é gigante”.

O dono da festa dos torcedores é Sergio Perez. Cada vez que sua Force Índia entra na parte do estádio, uma explosão parecida com um grito de gol toma conta do circuito. É de arrepiar. Comentei isso com ele depois da classificação. Perez sorriu: “É mesmo incrível. Uma torcida apaixonada como a que vocês têm no Brasil. A única diferença é que a ‘ola’ daqui é original”, riu o mexicano.

Na volta da F-1 ao país depois de mais de duas décadas, esta redescoberta de um público apaixonado está sendo o ponto alto. Vai ser interessante comparar esta festa barulhenta com o que vamos encontrar nas arquibancadas do Azerbaijão, no ano que vem.

UOL Esporte

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