Em final polêmica, Brasil conquista ouro no revezamento 4x100 livre masculino do Pan-Pacífico de Tóquio

(Foto: Getty Images)


Com brasileiros na disputa, o Centro Aquático Tatsumi, em Tóquio, teve seu terceiro dia de disputas do Pan-Pacífico de natação. Os destaques brasileiros do dia foram Vinicius Lanza, que na final dos 100m borboleta conquistou o bronze, e a equipe do revezamento 4x100m livre masculino, que coroou a participação brasileira no sábado com um polêmico ouro. Com esses resultados, o Time Brasil já soma quatro medalhas na competição (um ouro, uma prata e dois bronzes). Na quinta-feira, João Gomes Júnior, o mais experiente atleta da delegação brasileira, faturou o bronze nos 100m peito. E na sexta-feira, Leonardo de Deus alcançou a melhor marca da carreira nos 200m borboleta, garantindo a prata na prova. Na final do revezamento 4x100 livre masculino, a equipe americana, que havia terminado a prova na primeira posição, trocou a ordem dos nadadores em relação à anunciada, e, por isso, os brasileiros pediram a desclassificação dos EUA. A organização japonesa acatou a reclamação e eliminou os americanos. A polêmica criada se deu pelo fato de que a troca feita pelos EUA é considerada válida pela FINA.

Entre os estrangeiros, destaque para a americana Katie Ledecky, que dominou a prova dos 400m livre, e para a japonesa Rikako Ikee, de apenas 18 anos, que quebrou o recorde da competição pela segunda vez. Principal competição para os brasileiros na temporada, o Pan-Pacífico tem peso importante para o Comitê Olímpico Brasileiro, que a partir dos resultados define o plano estratégico para as Olimpíadas, inclusive com detalhes das bolsas que serão repassadas aos atletas. Apesar de não ser banhado pelo Oceano Pacífico, o Brasil compete como convidado.

Confira os detalhes da participação do Time Brasil, que nesse sábado competiu em 6 diferentes provas e disputou 4 medalhas. As provas do Pan-Pacífico vão até terça-feira, com a maratona aquática.

Equipe brasileira - 2º no 4x100m livre

A prova que fechou o dia foi uma das mais esperadas pela natação brasileira na competição. Uma disputa que tinha o Brasil como favorito a medalha. E veio a prata. Gabriel Santos abriu a prova, com ótimo tempo de reação na largada, mas caiu de rendimento e entregou a primeira perna para Marcelo Chierighini na quarta colocação. Chierighini recolocou o Brasil na briga, entregando a prova para Marco Antônio Ferreira com o Brasil na liderança. Marco Antônio não foi tão bem, e viu Pedro Spajari cair na piscina em quarto. Spajari, por sua vez, voltou a colocar o Brasil no páreo e a equipe brigou pelo ouro nos metros finais. Na batida, os americanos ficaram na primeira colocação (3:11.67), com o Brasil em segundo (3:12.02) e a Austrália em terceiro (3:12.53). No entanto, por causa da troca de posições da equipe americana, a comissão do Brasil protestou, pedindo a desclassificação dos americanos. A organização do evento acatou, dando o ouro para o Brasil. Assim, a Austrália herdou a prata que era do Brasil, e o Japão, o bronze que era da Austrália.

Equipe do Brasil conquista a prata na prova dos 4x100 livre masculino

- A união é determinante para que este revezamento esteja sempre brigando por medalhas. Nós somos muito unidos. Mostramos em Budapeste que estamos entre os melhores e não vamos sair. Vamos com tudo visando os Jogos Olímpicos - disse Marcelo Chierighini.

Iago Moussalem (7º) e Vinicius Lanza (3º) - 100m borboleta

Os brasileiros caíram na água com um objetivo ousado: beliscar medalhas. Vinicius Lanza teve uma ótima primeira metade de prova, virando os primeiros 50 em terceiro. Ele não esmoreceu, manteve o ritmo, e garantiu a medalha de bronze para o Brasil com o tempo de 51.44. Iago Moussalem não teve bom desempenho e terminou a prova em 7º. O vencedor da prova foi o americano Caeleb Dressel (50.75), com seu compatriota, John Coger (51.32), faturando a prata.

Fernando Scheffer - 6º nos 400m livre

O gaúcho não conseguiu acompanhar o forte ritmo dos favoritos na prova e viu um pelotão de cinco competidores se desgarrar à sua frente logo nas primeiras viradas. Scheffer se manteve na sexta colocação durante grande parte da disputa, e embora tenha cansado nos 50 metros finais, evitou cair para sétimo, encerrando sua participação com o tempo de (3:45.37). No pódio, dobradinha australiana, com Jack McLoughlin (3:44.20) em primeiro e Mack Horton (3:44.31) em segundo. O americano Glenn Zane Grothe (3:45.37) ficou com a medalha de bronze.

Leonardo de Deus - 6º nos 100m borboleta (final B)

Nessa prova, o brasileiro tinha como principal objetivo atingir sua melhor marca pessoal, mas não conseguiu, cravando 53.19. O americano Michael Andrew (51.53) ficou com o ouro, enquanto seu compatriota, Zachary Harting (52.16) levou a prata. o canadense Josiah Binnema (52.71) ficou com com o bronze.

Brandonn Almeida - 4º nos 200m medley (final B)

Brandonn começou com uma ótima saída e consequentemente uma boa metade de prova, brigando pela terceira posição nos primeiros 50 metros. No entanto, o brasileiro não conseguiu manter o ritmo forte no fim e ficou com a quarta posição, registrando o tempo de 2:01.34.

Leonardo Santos - 7º nos 200m medley

O desafio de Leonardo Santos não era simples: tentar fazer frente ao campeão mundial Chase Kalisz, apontado por especialistas como o sucessor de Michael Phelps. Leonardo começou bem na raia 1, fechando em terceiro nos primeiros 50 metros, mas caiu de rendimento nos segundo e terceiro quartos, ficando para trás nos últimos metros. Apesar de ter ficado apenas com a sétima posição, o tempo de 1:58.83 é considerado uma boa marca pessoal. O ouro ficou com o favorito, Chase Kalisz (1:55.40), a prata com o australiano Mitchell Larkin (1:56.21), e o bronze com o japonês Kosuke Hagino (1:56.66)

Ledecky e joia japonesa de 18 anos brilham em Tóquio

Como esperado, a americana Katie Ledecky sobrou na prova dos 400m livre, garantindo a medalha de ouro e o bicampeonato da prova. Ledecky ptrotagonizou o desempenho individual mais dominante do dia. Ela cravou o tempo de 3:58.50, 13s abaixo do recorde mundial, pertencente à própria americana. A australiana Ariarne Titmus (3:59.66) ficou com a segunda colocação, e a compatriota de Ledecky, Grace Leah Smith (4:04.23), completou o pódio.

Com apenas 18 anos, a japonesa Rikako Ikee bateu o recorde da competição nos 100m borboleta pela segunda vez ao cravar o tempo de 56.08 segundos. Durante boa parte da prova, Ikee esteve na cola do recorde mundial, que escapou no fim por causa de uma queda de ritmo nos metros finais. A japonesa é favorita na prova para os Jogos Olímpicos de 2020. Fecharam o pódio a americana Worrel Kelsi Dahlia (56.44), em segundo, e a australiana Emma McKeon (56.54), terceira colocada.

O Brasil no Pan-Pacífico de Tóquio

Com 16 atletas na disputa, o Brasil levou às piscinas japonesas uma seleção renovada, sem medalhões, com média de idade de 22,7 anos - uma das mais baixas da competição. Pela primeira vez desde 2005, a equipe não tem em suas fileiras nomes como Cesar Cielo e Bruno Fratus em um evento de primeira grandeza. No feminino, o país também não conta com as duas nadadoras mais icônicas de sua história, Etiene Medeiros e a recém-aposentada Joanna Maranhão. Em sua 13º edição, o Pan-Pacífico acontece de quatro em quatro anos integra o cronograma do Time Brasil desde sua estreia.

Confira a programação completa do domingo

As eliminatórias serão sempre às 22h (de Brasília) e finais a partir das 5h30, com transmissão dos canais SporTV. Participam da competição: Argentina, Austrália, Bahamas, Canadá, China, Ilhas Cook, Colômbia, Equador, Guam, Ilhas Marianas, Japão, Nova Zelândia, Oman, Palau, Peru, Filipinas, Tailândia e Estados Unidos.

Domingo

1.500m livre (f), 800m livre (m), 200m costas (f/m), 50m livre (m/f), 200m peito (f/m), 4x100m medley (f/m)

Globo Esporte

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