Com risco de queda, Marcos aponta festa exagerada na Copa do Brasil

Marcos durante lançamento do livro do Palmeiras sobre a conquista da Copa do Brasil. Foto: Léo Pinheiro/Terra

Marcos durante lançamento do livro do Palmeiras sobre a conquista da Copa do Brasil

Na delegação que voltava de Curitiba com a taça da Copa do Brasil, Marcos era quem mais chamava atenção. Embriagado, entoou músicas provocando rivais e deu declarações polêmicas. Mas o ídolo já estava aposentado. Menos de dois meses depois, o ex-goleiro percebe que não foi o único a exagerar na comemoração. E aponta na festa além do necessário um dos motivos para o Palmeiras, hoje, lutar contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

"Talvez o time tenha comemorado um pouco a mais. É normal dar uma relaxada depois de ser campeão, mas, se você dá uma relaxada de duas semanas, já são quatro jogos. Aí, você já fica muito atrás", opinou Marcos enquanto tinha em mãos o livro "O Brasil É Alviverde Inteiro", com fotos da conquista nacional no mês passado.

No evento de lançamento da obra, o ex-jogador se recusou, gargalhando, a mostrar imagens suas no trio elétrico na tarde seguinte à decisão no Paraná. Mas o desempenho de quem ainda é atleta que deveria gerar vergonha: desde o título da Copa do Brasil, o Palmeiras só somou 8 dos 36 pontos disputados no Brasileiro (22,2 % de aproveitamento, com duas vitórias, dois empates e oito derrotas).

"A equipe perdeu muitos pontos importantes no começo, escalando times mistos, reservas. Largou o campeonato um pouco no início e correr atrás é sempre muito complicado", apontou Marcos, lembrando da prioridade à Copa do Brasil e, atualmente, apreensivo por ver o time em 17º lugar, a quatro pontos do Bahia, primeiro clube fora da zona de rebaixamento - ou seja, o Palmeiras ficará, ao menos, mais duas rodadas na faixa da degola. O ex-goleiro não aceita o argumento de que a maratona de jogos é responsável pela péssima campanha. "Todos têm a mesma tabela. A verdade é que, quando o time está bem, ninguém fala do calendário. Só fala quando está mal", opinou. "E pelo que vi, no ano que vem vai ser pior. O calendário do futebol brasileiro é pesado, tanto que muitos jogadores saem daqui por isso, mas isso não pode ser desculpa", continuou.

Sempre bem-humorado, o ídolo volta a falar em festa para alertar: pensar antecipadamente em celebração nunca fez bem ao clube. "No Palmeiras, se tem algum evento, pode se preparar. Já deve fazer uns 500 anos que não ganhamos em Corpus Christi...", sorriu, apontando o feriado que muitos rivais passaram a chamar de "Porcos Tristes" - piada que o próprio Marcos recordou.

"Quando eu jogava, nós conversávamos às vezes: pô, o jogo é sábado e no domingo tem um show legal no Villa Country, Jorge & Mateus. E no domingo ficávamos todos quietinhos em casa porque tínhamos perdido", prosseguiu.

Terra

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