Com 27 pódios, Brasil se firma entre potências e divide responsabilidades

Daniel Dias novamente foi "multimedalhista": seis ouros e duas pratas Foto: Washington Alves / Mpix / CPB / Divulgação

Daniel Dias novamente foi "multimedalhista": seis ouros e duas pratas

Foram sete dias de competição, com 26 medalhas conquistadas, sendo 11 de ouro, 9 de prata e 6 de bronze, o que valeu a 6ª colocação geral. Foram algumas decepções, como a desclassificação da equipe que ganhou o ouro no revezamento 4x50 m medley, mas também boas surpresas, como as ascensões de Matheus Souza, Talisson Glock e Roberto Alcalde, que vislumbram um bom cenário para 2016. A delegação brasileira deixa o Mundial Paralímpico de Natação disputado em Montreal, no Canadá, com avaliação considerada positiva, firme entre as potências da modalidade, mas com mais atletas medalhistas.

A colocação é pior do que o 5º lugar registrado nos Mundiais de Eindhoven (Holanda), em 2010, e em Durban, em 2010, mas não preocupa. “Pode-se olhar para o lado e pensar: mas eles não avançam? Pelo contrário. Essa é a prova de que o Brasil se acomodou entre as grandes potências. Não foi uma bolha, não foi uma geral: é um trabalho que faz com que permaneçamos entre os grandes”, elogiou Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro. Isso apesar do fato de algumas delegações, como a China, não enviarem alguns dos principais atletas para a competição.

Mais importante do que é isso é o fato de o Brasil não depender exclusivamente de seus multimedalhistas Daniel Dias e André Brasil. Daniel encerra a competição com oito medalhas em dez provas disputadas, sendo seis de ouro e duas pratas. Já André subiu ao pódio em todos os seis eventos dos quais participou, com três ouros e três pratas. O peso deles é inegável para a posição no quadro de medalhas, mas os próprios atletas começam a ver uma divisão de responsabilidade com os mais novos.

André Brasil subiu ao pódio em todas as seis provas que disputou Foto: Washington Alves / Mpix / CPB / Divulgação

André Brasil subiu ao pódio em todas as seis provas que disputou

“Agora, vendo os resultados dos outros, a gente começa a focar de uma forma diferente. O peso começa a sair das costas. A responsabilidade de ter que fazer começa a passar por outras pessoas, e, no que depender de mim, vou estar sempre ali vibrando e torcendo”, afirmou André Brasil.

Isso não significa que, para 2016, eles deixem de disputar um número elevado de provas. “Eu já me sinto um “tiozão”. Se a gente pensar daqui a dois anos, no Rio, eu vou estar com 32 anos, com essa molecada de 24, 20, chegando. Às vezes fica complicado, então definitivamente a nossa estratégia está bem montada”, ressaltou.

O alto número de medalhas desses dois atletas, obviamente, não foi surpresa em Montreal. A boa notícia veio com nomes como Talisson Glock (prata nos 100 m livre S6 e 200 m medley S6), Matheus Souza (prata nos 400 m S11 e bronze nos 100 m livre S11) e Roberto Alcalde (ouro nos 100 m peito S5). “A gente uma mescla de atletas experientes e novos, promessas. Esse evento vai aumentar a vontade desses jovens de estarem lutando também pelo ouro, prata ou bronze”, analisou Murilo Barreto, coordenador técnico da Seleção Brasileira.

Além disso, há atletas já com mais experiência, mas que tiveram bons resultados e animam para 2016. É o caso de Susana Ribeiro, que foi reclassificada recentemente e conseguiu ouro nos 100 m peito S6 e bronze nos 400 m livre S6. É isso também para Joana Neves, bronze nos 200 m livre S5, 50 m livre S5 e 50 m borboleta S5. “Novidades para 2016, nós teremos poucas.O que a gente fazer, em vez de mais do mesmo, é melhor do mesmo. Muitas das nossas estratégias nós agora refinando, melhorando”, elogiou Andrew Parsons.

Terra

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