Polícia Militar quer que custo da segurança seja pago pelos clubes do RS

Recentes confrontos com a torcida Geral determinaram mudança de postura da BM

Recentes confrontos com a torcida Geral determinaram mudança de postura da BM

A discussão sobre torcida única no primeiro Gre-Nal da nova Arena do Grêmio oportunizou a Brigada Militar a iniciar um debate com a sociedade gaúcha sobre os custos despendidos pela instituição para a realização da segurança nos jogos no Rio Grande do Sul. Para liberar 1,5 mil entradas para os colorados, a Secretaria de Segurança e a BM exigiram a abertura de diálogo com os clubes para que a polícia Militar seja ressarcida pelo trabalho nas partidas de agremiações gaúchas.

“Apresentamos para a Secretaria da Segurança uma proposta de projeto de lei onde os clubes custeariam as despesas da Brigada Militar. No ano passado, gastamos cerca de 8 milhões de reais com as atividades para dar segurança ao futebol no Estado. Acho que os clubes tem condições de arcar com esse custo, que não é para o Estado. O cidadão de uma maneira geral acaba pagando esse valor e entendemos que não é justo. A secretaria está analisando a proposta. Provavelmente, ela será encaminhado para o governador fazer uma análise e, se aprovada, será enviada para a Assembleia Legislativa, que é o local onde o debate será feito”, afirmou o comandante-geral da BM, Fábio Duarte Fernandes.

O projeto prevê o ressarcimento caso o policiamento seja feito dentro dos estádios. O entorno continuará a cargo das forças de segurança do Estado. O objetivo é copiar a forma como a Fifa organiza a Copa do Mundo, sem policiais dentro das praças esportivas. A BM planeja que cada evento tenha um custo diferente, dependendo da utilização dos recursos do Rio Grande do Sul. Os presidentes de Grêmio e Inter se comprometeram em participar de encontros para tratar do assunto.

“Devemos ter um seminário com as forças políticas, com os órgãos institucionais do Estado e com os principais clubes do Rio Grande do Sul para tratar de segurança e de outros temas”, declarou o presidente do Inter, Giovanni Luigi. “Vamos nos reunir para estudar esse problema da segurança nos estádios, o problema da segurança interna e, fundamentalmente, o trabalho que a Brigada Militar faz no entorno, que é uma responsabilidade do clube, pelo estatuto do torcedor”, declarou o mandatário gremista, Fábio Koff.

Outra exigência dos órgãos de segurança é o cadastramento da torcida Geral do Grêmio, a única do Estado que não cumpriu a regra imposta pela BM. Em 2011, após uma tentativa de invasão no Juizado Especial Criminal [JECRIM] do estádio Olímpico para liberar os presos, o Ministério Público e os órgãos de segurança tentaram, mas não conseguiram porque a torcida não se considera organizada.

UOL Esporte

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