Magnano critica brasileiros e diz que nunca teve problema de dispensa na Argentina

João Lopes faz cesta para o Brasil contra a Jamaica na Copa América

Após o fiasco na Copa América de basquete, realizada na Venezuela, o técnico da seleção brasileira, Rubén Magnano, reconheceu que há muito trabalho a ser feito para conscientizar os jogadores da importância de se representar a equipe nacional em quadra.

Nesta quinta-feira pela manhã, jogadores e comissão técnica desembarcaram no aeroporto de Guarulhos trazendo na bagagem quatro derrotas em quatro partidas e a eliminação precoce no torneio, ainda na primeira fase.

"É preciso analisar o grau de comprometimento dos jogadores com sua seleção. É preciso ter orgulho de representar o seu país. Durante os quatro anos do ciclo olímpico em que comandei a Argentina, não tive nenhum pedido de dispensa da seleção. É difícil. Ainda temos que trabalhar muito para criar consciência de seleção, de orgulho. É o mínimo que se espera de uma pessoa quando ela é solicitada para representar o seu país", afirmou o treinador argentino, referindo-se à ausência de alguns jogadores brasileiros que atuam na NBA e pediram dispensa da convocação.

"Sabia que para alguns atletas seria muito complicado estar na competição, como o Leandrinho, por exemplo. Biologicamente, era difícil que ele disputasse a Copa América. Ele ainda tentou, só que não deu. Mas esperava contar com uns três ou quatro jogadores que não vieram."

Além de Leandrinho, Anderson Varejão, Nenê, Tiago Splitter, Lucas Bebê e Vitor Faverani, alegando razões distintas, não estiveram com a seleção em Caracas. Ao invés de nomear culpados, no entanto, o treinador preferiu falar em "responsabilidade".

"Mais do que essa equipe que foi lá dar a cara para bater, o primeiro responsável sou eu. Porque não tive capacidade de convencer os caras [dispensados] para que ficassem com a seleção. Acho que não fui convincente o suficiente para isso, não tive essa capacidade, que também é tarefa do treinador", avaliou.

"Os segundos responsáveis são os caras que falaram que estariam [na Copa América] e não foram, pediram dispensa sem motivo. E claro, parte é responsabilidade dos 12 que entraram em quadra, e eu me incluo nisso", completou.

Com um desempenho muito aquém do esperado, o Brasil caiu diante Uruguai e Jamaica, adversários inexpressivos no basquete. Nos dois primeiros jogos, perdeu para Porto Rico e Canadá.

"Passamos por uma situação de impotência para tentar sair de um cenário negativo, que foram as duas primeiras derrotas. Isso nos abateu. A bola não entrava. Jogamos com uma margem de acerto de 23% nas cestas de três pontos, o que é impensável para o Brasil. Estávamos amarrados. Não conseguimos converter chutes fáceis, decisivos. O jogo não encaixou", disse Magnano, ainda tentando encontrar explicações para o apagão sofrido pelo Brasil nesta edição da Copa América.

Pela primeira vez na história, a seleção masculina corre o risco de ficar fora do Mundial, que será realizado em 2014, na Espanha. A única chance é torcer por um dos quatro convites disponibilizados pela Fiba (Federacão Internacional de Basquete) para participar do torneio.

"Pessoalmente me sinto triste por não ter conseguido isso desportivamente, dentro de quadra. Gostaria que a equipe garantisse a classificação por mérito próprio", opinou o técnico.

Folha de S.Paulo

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