Seleção revê protestos e sonha retomar "brasilidade" da Confederações

Brasil jogou estreia da Copa das Confederações em Brasília com protestos do lado de fora do Mané Garrincha; cena deve se repetir neste sábado Foto: EFE

Brasil jogou estreia da Copa das Confederações em Brasília com protestos do lado de fora do Mané Garrincha; cena deve se repetir neste sábado

O sábado de protestos programados em Brasília e em outras 140 cidades pelo País levará o clima da Copa das Confederações ao jogo Brasil x Austrália apenas para fora dos campos. Dentro do Mané Garrincha, a Seleção ainda tenta nas palavras manter a motivação e dar um ar de competição ao duelo, mas Brasília recebe o duelo com frieza e o estádio de R$ 1,5 bilhão, desta vez, não estará lotado.

Até sexta-feira, apenas metade da carga total de 70 mil ingressos foi vendida. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) trabalha com o número de 40 mil para o duelo, cenário muito diferente do encontrado nas arenas lotadas durante a Copa das Confederações. A empolgação das arquibancadas virou combustível para a campanha vitoriosa, mas com clarões esperados neste sábado dificilmente irá se repetir.

O mesmo vale para o Hino Nacional cantado a plenos pulmões com o grupo abraçado, ideia de David Luiz que virou símbolo da campanha. Apesar das manifestações marcadas para o Dia da Independência, o clima político não é mais o mesmo em relação ao junho que entrou para história com a onda de protestos que abalou o Brasil. No auge da agitação, o gesto realizado pela primeira vez realizou em Fortaleza virou manifesto de uma Seleção sempre cobrada por uma postura política.

“Começamos aqui contra o Japão e depois foi seguido em Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte. Todo mundo seguiu aquilo que o coração mandava naquele momento. O canto do Hino Nacional (por parte dos jogadores) foi uma forma para mostrarmos a todos que nós realmente gostamos do nosso País. A partir dali, tivemos uma resposta total da população dentro de campo as pessoas têm sabido discernir bem o nosso trabalho dos problemas externos Não vamos nos manifestar a favor ou contra nada Esperamos sair de Brasília com o espírito de brasilidade mais renovado ainda”, contou Felipão.

Na ocasião, Felipão também se manifestou sobre o assunto, garantiu liberdade de expressão aos jogadores e disse que era a favor de protestos pacíficos. Na véspera do amistoso, se esquivou do assunto. “Não compete à minha área. Eu tenho que tomar conta da minha equipe, ganhar da Austrália. O resto não tem conhecimento, não sei o que vai ser colocado em prática”, disse.

Em campo, a Seleção Brasileira diz que motivação não vai faltar. “Para mim é o mesmo jogar contra a Argentina ou contra a Austrália”, afirmou David Luiz durante a semana. Mas a competitividade em alta na Copa das Confederações será difícil de ser repetida em um amistoso marcado por uma Austrália sem estrelas e um Brasil desfalcado de quatro titulares.

“Na Copa das Confederações, a dificuldade cria um ambiente diferente do que em amistosos. Estamos tentando fazer nosso papel, jogar um jogo amistoso e ter aquela condição de jogar na Copa das Confederações. Tomara que possamos recriar o ambiente. Não sei se a torcida está imbuída neste mesmo espirito. Mas se mostrarmos que estamos com vontade e organizado, o torcedor estará conosco”, afirmou Felipão.

Dia de protestos

O Dia da Independência em Brasília será marcado por protestos desde a manhã, quando será realizado o tradicional Desfile com a presença da presidente Dilma Rousseff. A Polícia do Distrito Federal estima 50 mil manifestantes de diferentes regiões do Brasil nas ruas de Brasília e teme por violência e por uma extensão das atividades até o jogo marcado para as 16h15.

Grupos como o Comitê Popular da Copa já agendaram passeatas até o estádio e Polícia terá um efetivo de 1800 policiais para conter possíveis protestos. Na Copa das Confederações, todos os jogos da Seleção tiveram no lado de fora do estádio pancadaria entre polícia e manifestantes que questionam a realização da Copa no Brasil.

Terra

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