'Isto não é uma rebelião', diz Rogério Ceni sobre movimento Bom Senso F.C

Rogerio Ceni em entrevista após reunião do movimento Bom Senso F.C.

Rogerio Ceni em entrevista após reunião do movimento Bom Senso F.C.

O movimento Bom Senso F.C. publicou ontem um documento apresentando cinco propostas para o futebol brasileiro. Assinada por 300 atletas, a maioria de clubes da Série A, a carta será enviada ainda nesta semana à CBF.

Após uma reunião que durou quatro horas em São Paulo, o grupo definiu as cinco prioridades que pretende tratar com a confederação.

São elas: calendário do futebol brasileiro, férias dos atletas, pré-temporada, "fair play financeiro" e participação dos jogadores nos conselhos técnicos das entidades que administram o futebol.

Por "fair play financeiro", entenda-se um conceito diferente do da Uefa, a entidade que gere a modalidade na Europa, onde há esforços para que os clubes não gastem mais do que arrecadam.

Aqui, a expressão pode ser traduzida como um tipo de "fim do calote a jogadores".

Não se trata de uma proposta fechada, como se chegou a cogitar. "São ideias, são diretrizes, que queremos discutir com todos os lados", disse o goleiro Rogério, que foi liberado do treino do São Paulo, ontem à tarde, para participar da reunião.

"Isto não é uma rebelião, não é um levante, aqui não se discutiu greve", declarou o camisa 1 do São Paulo. "Queremos mais exposição do futebol brasileiro, não menos. Mas tem que ser de uma forma mais ordenada, que seja boa para os jogadores, a televisão, os patrocinadores.

O grupo surgiu há uma semana, a reboque da divulgação do calendário do futebol brasileiro para 2014. A proposta inicial da CBF era que os estaduais começassem em 12 de janeiro --sem tempo para pré-temporada-- devido à realização da Copa do Mundo, entre junho e julho.

Após a divulgação da existência do grupo, já houve alguns efeitos práticos. A TV Globo, dona dos direitos de transmissão das principais competições do futebol nacional, anunciou o atraso em uma semana dos maiores estaduais, que agora devem começar em 19 de janeiro.

"Claro que entendemos como uma boa notícia, mas queremos discutir com todos. A televisão é a principal patrocinadora do futebol brasileiro e queremos o melhor para o telespectador", argumentou Rogério, um dos líderes do movimento dos atletas.

A CBF já avisou que está disposta a ouvir as reivindicações feitas pelos jogadores.

Além do goleiro, estavam presentes no encontro de ontem nomes importantes do futebol brasileiro, como Paulo André, Alex, Gilberto Silva, Barcos e D'Alessandro.

Folha de S.Paulo

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