Brasil põe oposto de levantador, "faz palhaçada" e é vaiado

 . Foto: AP

Brasil saiu de quadra vaiado pela torcida e aos gritos de palhaçada

Uma partida para se apagar da história. Assim pode ser definido o que foi a derrota do Brasil para a Bulgária por 3 sets a 0, parciais de 25/18, 25/20 e 25/20, neste sábado. A intenção da Seleção pode até não ter sido essa, mas a frase do capitão Giba no dia anterior é a opinião de muito torcedores que viram o jogo no Ginásio Palarossini, em Ancona: "Vai ser a gente querendo perder e eles fazendo de tudo para não vencer, enfim um jogo ridículo".

Sabendo que não teria que se esforçar para cair em uma chave mais fácil, o técnico Bernardinho usou o regulamento, que tanto a Seleção criticou, a seu favor e poupou o gripado Bruninho, o seu único levantador à disposição, pensando na terceira fase. Em coisa rara no vôlei, improvisou o oposto Theo na posição. O treinador ainda deixou de fora Murilo, melhor jogador da Seleção atualmente, e o meio de rede Lucão.

O que se viu foi um time irreconhecível e cometendo erros bobos. Indignada com o que estava assistindo, a torcida italiana que lotou o ginásio vaiou de forma copiosa o desempenho brasileiro, gritou "palhaçada" e ainda jogaram garrafas nos jogadores, em um capítulo que até o momento mancha a participação verde e amarela neste Mundial.

Do lado da Bulgária, o técnico Silvano Prandi entrou com o time totalmente reserva e nem levou seu levantador titular Andrey Zhekov para o banco. Mesmo assim, os europeus atuaram de forma mais consistesnte do que a equipe brasileira.

Com a derrota, a Seleção termina sua participação no Grupo N na segunda posição e escapa de reencontrar Cuba, sua algoz na primeira fase. O time verde e amarelo irá encarar as equipes da República Checa e Alemanha, com menos expressão no cenário mundial, e ainda evitará o deslocamento até Florença, indo direto para Roma, local onde acontecerão as semifinais.

O jogo

Com Theo visivelmente perdido dentro de quadra, a Seleção Brasileira começou mal na partida e viu os búlgaros abrirem 9 a 5 logo depois da primeira parada técnica. Alguns pontos depois, a diferença da equipe europeia só aumentava. Graças a erros bizonhos do líbero Mário Jr., ataques de Giba parando no bloqueio e desencontros na parte defensiva, a Bulgária fez 16 a 8 na segunda parada técnica. Chateada, a torcida no Ginásio Palarossini esboçou as primeiras vaias.

As reclamações fizeram a Seleção melhorar um pouco e diminuir para 17 a 11, com um bloqueio de Dante e Rodrigão, além de um ace do meio de rede. Porém, o que se viu depois foi novamente um Brasil irreconhecível, deixando passar bolas fáceis e totalmente defensáveis. Em um erro de saque de Theo, os búlgaros fecharam o primeiro set em 25 a 18, para vaias em grande intensidade dos torcedores. Na passagem de set, as caras sem-graça dos brasileiros era visível.

No segundo set, a equipe brasileira começou melhor, principalmente graças ao bom desempenho de Dante, porém aos poucos foi voltando a cometer erros grotescos e depois de um erro bobo de Theo no levantamento, tomou a virada em 16 a 15. O que se viu em seguida foi a torcida se virar de vez contra o Brasil. Gritos de "ridículo, ridículo" começaram a sair das arquibancadas.

No terceiro set, a Seleção entregou de vez os pontos e visivelmente sem graça nem se deu ao trabalho de esboçar uma reação. A exibição principal da parcial veio das arquibancadas, que se virou de costas para os brasileiros, gritou Itália e Cuba e vaiou a cada pedido de aplauso do locutor que tentava amenizar o descontentamento da plateia.

Comentários