Brasil define finalistas para o maior campeonato de breaking do mundo

(Foto: Reprodução)


Desde que virou modalidade olímpica, o breaking tem despertado atenção do público. São Paulo sedia, até domingo, a seletiva brasileira do Red Bull BC One, o maior campeonato de breaking do mundo, que existe há mais de duas décadas. O bboy e bgirl vencedores garantem vaga na final mundial, a ser disputada em novembro, em Nova York.

O sportv2 transmite as finais do BC One a partir das 19h neste domingo. Neste sábado, tem apenas exibição.

Além da curiosidade com a mais nova modalidade olímpica, quem assistir à competição poderá ver a performance de alguns dos 16 breakers que estão integrando a seleção brasileira. Até o momento, são oito representantes de cada naipe. Eles foram selecionados pelo Conselho Nacional de Dança Desportiva (CNDD) através de seletiva online e estão tendo suporte do COB nos treinamentos.

O processo rumo a Paris 2024 ainda caminha a passos lentos. Apenas em novembro deverá ser realizada a primeira competição que somará pontos no ranking brasileiro que vai definir quais dançarinos tentarão uma vaga olímpica. Para serem elegíveis à disputa de vagas na seleção, os breakers precisam se filiar ao CNDD.

O bboy Leony, que venceu o Breaking do Verão e está na seleção brasileira, é nome garantido entre os 16 bboys que competirão domingo no BC One.

- Está sendo interessante participar da seleção brasileira porque estamos tendo um suporte do COB e do CNDD que antes a gente não tinha - suporte médico, fisioterapeuta, psicólogos. O mundo olímpico é um outro mundo que estamos acostumados. Tem muitas regras que ainda estamos tentando nos adaptar, como a parte disciplinar e esportiva - conta Leony.

O bboy admite que o Brasil está atrasado em relação a outros países no planejamento para as próximas Olimpíadas.

- É Brasil, né? Aqui os processos são mais lentos, é muito burocrático. Vai ter uma competição no fim do ano que vamos começar a pontuar no ranking. Além disso, vai ter breaking nos Jogos Pan-Americanos ano que vem, que já classificam para Paris se a gente ganhar. Ainda não sabemos que vai para Santiago. Eu quero representar o Brasil, quero ir para Paris - ressalta Leony.

Um dos destaques da seleção feminina é a bgirl Maia, de Brasília, que também vai brigar pelo título do BC One domingo. Para ela, um novo caminho se abre para o breaking a partir de Paris 2024.

- O breaking me dá várias oportunidades do lado artístico, e a possibilidade de o breaking estar dentro do esporte, abre portas para o trabalho, para o desenvolvimento social. É como se mais uma porta se abrisse para o lado profissional. Não é só sobre estar lá em Paris, mas é ver o breaking nas televisões, na casa das pessoas. No Brasil, o breaking ainda é muito marginalizado. Já tivemos uma cultura muito forte dele no Brasil, e isso deu uma caída de uns anos para cá. Muita gente que tinha parado de dançar está voltando, o movimento deu uma aquecida de novo - conta Maia.

Companheira de Maia na seleção, Mini Japa, também vai batalhar pelo título do BC One neste domingo. Como Leony, ela sentiu a mudança na rotina desde que o breaking virou esporte olímpico.

- É tudo muito novo, mas está sendo muito massa. A gente não estava acostumado a fazer exercícios, trabalhar a respiração, cuidar da alimentação. Além disso, a gente é muito livre. Estamos acostumados a chegar no evento, falar com todo mundo, e na seleção não rola muito isso. A gente vai para campeonato, tem que ficar concentrado, não fala com a galera, é tudo cheio de regras. Agora a gente não é "só" dançarino, a gente é atleta - explica.

Os treinos com a seleção já surtiram efeito em Mini Japa, que se sente mais preparada do que nunca para faturar o título neste domingo.

- Sabe quando você treinou, fez tudo o que tinha que fazer e está com a cabeça tranquila? É o ano que mais estou tranquila e está tudo equilibrado. Estou só esperando chegar o domingo, está suave! - conclui.

Globo Esporte

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