FIA rejeita protesto da Ferrari contra Verstappen e Pérez no GP de Mônaco

(Foto: Clive Mason - Formula 1/Formula 1 via Getty Images)


A Federação Internacional do Automoiblismo (FIA) rejeitou neste domingo o protesto da Ferrari por supostas infrações de Sergio Pérez e Max Verstappen durante o GP de Mônaco. A escuderia italiana reclama que os dois teriam passado do limite da linha na saída dos boxes. O primeiro, vencedor da prova, chegou a ser notificado durante a corrida, mas não sofreu punição. Já o holandês, principal alvo da reclamação da Ferrari, sequer foi notificado.

A entidade alegou que Verstappen, em terceiro lugar, não chegou a ultrapassar a linha do pit lane completamente. Já no caso de Pérez, a Ferrari concordou que o mexicano não cometeu a infração.

No retorno à pista após parar para trocar pneus na volta 22, Verstappen teria ultrapassado a linha que os pilotos não devem cruzar na saída dos boxes. Imagens do incidente da câmera de bordo de Verstappen foram mostradas durante o GP de Mônaco e pareciam mostrá-lo passando por cima. O assunto, porém, não foi investigado pela FIA na hora.

Os comissários receberam o diretor esportivo da RBR, Jonathan Wheatley, e o diretor esportivo e de estratégia da Ferrari, Inaki Rueda.

O documento da FIA relata que a escuderia e o time austríaco não trouxeram novas evidências para o caso, embora a equipe de Leclerc e Sainz tenha justificado que, em outras ocasiões (como no GP da Áustria de 2021, com Yuki Tsunoda), pisar na linha dos boxes ocasionou em punição.

A RBR alegou que Verstappen ainda estava quase todo dentro da linha, apesar de reconhecer que a metade esquerda do carro estava além dos limites.

Os comissários justificaram que o holandês ficou em cima da linha, mas não chegou a atravessá-la completamente. Foi acrescentado que, dadas as mudanças no regulamento de 2021 para 2022, as "notas emitidas pelo diretor de prova não podem contrariar o código ou os regulamentos esportivos da Fórmula 1".

- Nesse caso, o carro não “atravessou” a linha; para isso seria necessário ter uma roda completamente à esquerda da linha amarela. Assim, o piloto não violou a seção relevante do Código e isso tem precedência sobre qualquer interpretação das notas do diretor de prova. O protesto é, portanto, indeferido - informou a FIA.

- Em relação aos dois protestos apresentados pela Scuderia Ferrari contra o carro 1 e o carro 11 por, supostamente, não permanecerem à direita da linha amarela na saída dos boxes – diz o protesto da Ferrari.

Mattia Binotto, chefe da escuderia, disse acreditar que as ações de Verstappen foram contra as regras da categoria.

- Como Ferrari, estamos desapontados porque achamos que houve uma clara violação dos regulamentos nas duas RBRs por entrar na linha amarela saindo dos boxes. Acho que não foi perto. Ele estava na linha e, se você olhar para o código esportivo, o texto diz cruzando. Depois, tivemos um esclarecimento na Turquia em 2020 para evitar discussões. Ficar na linha é violar as notas do diretor de corrida. Acho que cada equipe tem a tarefa de seguir as notas dos diretores de prova. Está claro e ainda estamos buscando esclarecimentos com a FIA – disse.

A FIA solicitou a presença de Verstappen e de Pérez para analisar as imagens e discutir o protesto da Ferrari por volta das 19h15 locais (14h15 no horário de Brasília).

O que diz a regra do GP de Mônaco?

Artigo 11.1 das notas do diretor de prova do GP de Mônaco: "Os pilotos devem manter-se à direita da linha amarela na saída dos boxes ao deixar os boxes e ficar à direita desta linha até terminar, após a curva 1".

Artigo 11.3 das notas do diretor de prova do GP de Mônaco: "Exceto nos casos de força maior (aceitos como tal pelos Comissários), a travessia por qualquer parte do carro, em qualquer direção, da área pintada de azul entre a entrada dos boxes e a pista é proibido".

Globo Esporte

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