Chelsea segura Bayern, vence nos pênaltis e cala Munique

Drogba marcou o gol de empate do Chelsea no tempo normal e cobrou o último pênalti da decisão. Foto: Reuters

Drogba marcou o gol de empate do Chelsea no tempo normal e cobrou o último pênalti da decisão

A equipe que segurou o poderoso Barcelona na semifinal da Liga dos Campeões da Europa passou sufoco durante 120 minutos neste sábado, mas conseguiu vencer o maior torneio interclubes do continente e adicionar um título inédito à sua galeria. Visitante no Allianz Arena, na Alemanha, o Chelsea conseguiu levantar a cobiçada taça depois de um empate por 1 a 1 com o anfitrião Bayern de Munique no tempo normal e um triunfo por 4 a 3 na decisão por pênaltis, em noite inspirada do goleiro checo Peter Cech e do atacante marfinense Didier Drogba.

Esta foi a primeira vez que o Chelsea, em 107 anos de história, conquistou a Champions League - os únicos torneios internacionais da equipe azul londrina haviam sido o bicampeonato da extinta e modesta Copa dos Clubes Vencedores de Taça, em 1971 e 1998, e a Supercopa da Europa de 1998. Na Liga dos Campeões, o mais perto que o clube financiado pelo magnata russo Roman Abramovich havia chegado fora o vice em 2008 (perdendo para o Manchester United nos pênaltis).

Marcada por poucas emoções durante boa parte do tempo normal, a partida foi incendiada nos últimos instantes do segundo tempo, quando Thomas Müller colocou o Bayern em vantagem aos 36min e Didier Drogba empatou sete minutos depois. Na prorrogação, o clube alemão ainda viu o holandês Arjen Robben perder um pênalti, defendido por Cech. Na decisão por tiros livres, o goleiro checo voltou a se destacar e garantiu a inédita conquista dos ingleses pegando as cobranças de Olic e Schweinsteiger (as duas últimas do Bayern, que havia saído na frente).

Primeiro tempo moroso, etapa final emocionante

Apesar de toda a expectativa em torno da final do maior torneio interclubes do mundo, o primeiro tempo no Allianz Arena ficou aquém do esperado. Com um Chelsea muito fechado, que abria mão de se arriscar um pouco na frente e privilegiava o ferrolho defensivo, o Bayern se manteve durante boa parte do período no ataque, mas sem grande criatividade.

Verdade é que o Chelsea, desfalcado de importantes jogadores como o zagueiro John Terry e o volante Ramires, repetia a tática que deu tão certo na semifinal contra o poderoso e franco-favorito Barcelona. Os números mostram isso, uma vez que a etapa inicial chegou ao fim com 11 finalizações do Bayern (nove para fora do gol de Peter Cech) e apenas duas dos ingleses. Os alemães ainda tiveram 60% da posse da bola.

O Bayern, aliás, se apoiava principalmente nas jogadas pelos flancos com seus dois principais jogadores: Robben e Ribery. No meio, porém, o artilheiro Mario Gomez encontrava dificuldade para se desvencilhar da forte marcação da zaga composta por David Luiz e Cahill. Melhor para Cech, que, apesar dos muitos sustos, precisou realizar apenas duas intervenções. Já o Chelsea teve seu grande somente aos 37min, após uma troca de passes encerrada por um chute forte de Kalou, defendido por Neuer.

O segundo tempo de jogo no Allianz Arena mostrou um Bayern mais perigoso, aproveitando melhor os poucos espaços que encontrava na zaga dos londrinos para criar suas jogadas ofensivas. E foi assim que a rede balançou pela primeira vez aos 8min: Robben arriscou da entrada da área e a bola desviou em Ashley Cole. Ribery, livre e com o gol aberto, apenas empurrou para dentro, mas não pôde sequer comemorar: o francês já era flagrado em posição de impedimento.

A diferença de postura das duas equipes continuou enorme na etapa final, apesar de o Chelsea passar a pressionar mais depois dos 25min e oferecer um pouco mais de trabalho à zaga alemã e ao goleiro Manuel Neuer. O abismo entre os times nas finalizações, entretanto, se manteve. Depois de 30 minutos de segundo tempo, o Bayern já aparecia com 21 oportunidades ofensivas (e míseros três chutes em direção à meta de Cech), contra cinco dos visitantes em Munique.

Mas, apesar da falta de objetividade, o Bayern contou com um vacilo da defesa do Chelsea para enfim marcar o primeiro gol da partida aos 37min. Schweinsteiger cruzou aberto da esquerda e encontrou Thomas Müller, livre. O meia-atacante cabeceou para o chão e a bola entrou no único espaço possível entre Cech e o travessão, aproximando os anfitriões da conquista.

Contudo, um jogador que estava quase "desaparecido" na decisão se fez presente no momento mais importante para empatar aos 43min. Após cobrança de escanteio, Didier Drogba se antecipou à defesa do Bayern e cabeceou firme para deixar o placar em 1 a 1 e forçar a prorrogação para definir o vencedor da Champions.

Cech brilha e garante título inédito

O Bayern não demorou nada para encher a torcida de confiança com o pentacampeonato da Liga e, no tempo extra, conseguiu arrancar um pênalti logo aos 3min, quando Drogba derrubou Ribery na área. Robben cobrou rasteiro no canto, mas Cech conseguiu fazer a defesa em dois tempos e manteve o duelo empatado.

Os alemães continuaram mais ofensivos durante a prorrogação, mas não conseguiram marcar o segundo gol. A decisão foi para os pênaltis, e o Chelsea saiu atrás depois que Mata perdeu a primeira cobrança dos azuis, enquanto Lahm, Gomez e até o goleiro Neuer marcaram para os anfitriões.

A equipe de Londres, porém, acertou as suas quatro cobranças restantes com David Luiz, Lampard, Ashley Cole e Drogba para garantir o triunfo por 4 a 3. Olic e Schweinsteiger perderam os dois últimos da série para o Bayern, que amargou a decepcionante derrota em casa e o terceiro vice na temporada.

Terra

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