Mário revela acordo do Fluminense com banco para estudar SAF e crê em jogos nas Laranjeiras em 2024

(Foto: Mailson Santana / Fluminense FC)


Presidente do Fluminense, Mário Bittencourt participou de uma live na noite desta quarta-feira no canal "Raiz Tricolor" no YouTube. Em duas horas e meia de entrevista, o dirigente respondeu a diversas questões, entre elas sobre uma possível SAF (Sociedade Anônima do Futebol) no Flu, e revelou um acordo com o banco "BTG Pactual" para estudar o tema:

– Eu não sou contra a SAF, não tem nenhuma entrevista minha em que eu disse isso. Nada impede que o Fluminense futuramente possa virar uma sociedade anônima de futebol. Mas, curiosamente, os três primeiros clubes a virarem SAF estão ou estavam na Série B. Esses clubes viram na SAF um resgate rápido de uma receita que eles perderam, que foram os direito de TV. Essa asfixia financeira fez com que já se transformassem em sociedade anônima, vendendo a maior parte dos ativos do clube sem avaliar os riscos. A SAF nada mais é do que um formato jurídico de gestão. Um investidor, ou vários, compra os direitos ativos dos clubes, e todas as receitas, jogadores da base, tudo passa a ser dele. Uma das preocupações que temos, e nós já temos uma comissão que estuda a implementação da SAF ou não no futuro, é a insegurança jurídica. O Cruzeiro, por exemplo, está sofrendo condenações da empresa do Ronaldo.

– O que eu posso dizer ao torcedor é que o Fluminense está extremamente atento ao tema. Nós participamos até de uma série de discussões sobre, somos sempre convidados a participar das discussões de SAF, da Lei Pelé… O clube está em vias de assinar contrato com uma grande empresa do mercado que vai fazer uma avaliação sobre o tema. Estamos em conversas com o BTG para fazer um estudo ainda mais aprofundado. São vários fatores a ser levados em consideração. Se tivermos uma liga de clubes em 2025, por exemplo, o valor dos clubes aumentam exponencialmente.

O BTG vem fazendo um "valuation", termo em inglês que representa o processo para avaliar o valor de uma empresa e seus ativos, no Fluminense nas últimas semanas. Durante o evento "Tricolor em Toda Terra" realizado em Fortaleza no dia 22 de maio, transmitido em live pelo canal "Vilella Viajante Tricolor" no YouTube, Mário falou pela primeira vez de um possível valor de venda, ainda sem o estudo concluído, e estimou que o clube vale no mínimo R$ 2 bilhões (sendo R$ 1 bilhão referente a Xerém).

Na entrevista desta quarta, Mário também atualizou a situação da reforma das Laranjeiras. No início do ano passado, o Fluminense contratou uma empresa especializada para fazer um "diagnóstico" da parte estrutural de Laranjeiras, e o laudo deu sinal verde para a restauração estrutural. O presidente disse esperar que as obras comecem em outubro e antecipou possíveis modificações. A expectativa inicial era voltar a ter jogos oficiais no estádio em 2022, mas agora a previsão passou para 2024.

– A gente aprovou um projeto incentivado, o primeiro dinheiro já entrou, para fazer o projeto arquitetônico. Enviamos uma carta-convite para 20 empresas do mercado, especializadas em restauração de patrimônio histórico e obras de estádio, e só três responderam até agora. O prazo é até amanhã (quinta-feira). Sejam três, quatro, cinco... Vamos fazer uma reunião para explicar o projeto e o que desejamos. Essas empresas vão apresentar preços, e vamos escolher analisando critério técnico e financeiro. A empresa que for contratada terá 90 dias para apresentar o projeto de restauração do estádio. Então faremos uma nova carta-convite para empresas de engenharia, para que as obras possam iniciar ainda em 2022. Acreditamos que as obras se iniciam em outubro, mas dificilmente vamos conseguir fazer jogos no início de 2023. Nossa ideia é usar o estádio restaurado para jogos do Estadual, de quatro a cinco jogos oficiais por ano. (...) Quem sabe a gente possa ter o primeiro jogo (em 2023), um amistoso de reinauguração do estádio, e jogos oficiais em 2024, creio eu.

– A ideia é restaurar o estádio assim como ele está, com algumas modificações que são possíveis. Por exemplo, colocar aquele vidro que existe em São Januário na beira do campo, em troca do alambrado; colocar de repente cadeiras na social; desenvolver um plano de sócios específico para jogos em Laranjeiras...

Globo Esporte

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