Dia do esportista: 9 motivos para começar a praticar esportes pelo bem do seu organismo

(Foto: Divulgação)


Em 19 de fevereiro é comemorado o Dia do Esportista, data criada para conscientizar a população sobre a importância da prática regular de exercícios físicos, incentivando a realização desse hábito indispensável para a saúde do organismo. Essa é uma campanha especialmente importante no Brasil, já que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 47% dos brasileiros são sedentários, com o Brasil figurando como o país mais sedentário da América Latina e ocupando a quinta posição no ranking mundial. E o sedentarismo representa uma série de danos para a saúde do organismo, aumentando o risco, por exemplo, de doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes. Mas, se os riscos do sedentarismo não são suficientes para convencer você a começar a praticar esportes, listamos abaixo nove benefícios que a realização de exercícios pode trazer ao organismo. Confira:

- Previne o envelhecimento da pele: O acúmulo de radicais livres nos tecidos é um dos principais fatores que levam ao envelhecimento da pele. “A atividade física consome energia e consegue, com isso, neutralizar esses radicais, melhorando o que chamamos de estresse oxidativo, o que leva ao retardamento do envelhecimento”, conta a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do American College of Lifestyle Medicine. A prática da atividade física também promove o estímulo da produção das fibras de colágeno e elastina, que são responsáveis por conferir sustentação e elasticidade ao tecido cutâneo. “Logo, há um risco menor da pele tornar-se flácida ou apresentar rugas e linhas de expressão precocemente, além de tornar-se mais firme, elástica e com menos sinais de envelhecimento”, destaca a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Outro benefício antienvelhecimento é usar adequadamente a energia proveniente do carboidrato (açúcar) que consumimos, diminuindo o estresse oxidativo e evitando a glicação do colágeno, um processo no qual o açúcar excedente liga-se às fibras de sustentação da pele, favorecendo o aparecimento de flacidez e rugas”, explica a Dra. Beatriz.

- Melhora a circulação: De acordo com a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, durante a atividade física, toda a nossa circulação fica mais solicitada. “O sistema arterial (sangue que "alimenta" os músculos em movimento, por exemplo) aumenta seu fluxo e consequentemente, o aporte de nutrientes e oxigênio para todos os tecidos”, diz a médica. “Com uma melhor circulação, o sistema linfático também trabalha em maior velocidade, desintoxicando o organismo e diminuindo a retenção de líquidos. Além disso, a pele também ganha um aspecto mais saudável, tornando-se hidratada, corada e viçosa”, afirma a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff.

- Previne desenvolvimento de doenças hepáticas: Um estudo alemão destacou que o exercício físico pode prevenir o desenvolvimento de fígado gorduroso e doenças hepáticas. “O trabalho mostra quais adaptações moleculares, em particular das mitocôndrias hepáticas, podem ser observadas neste processo. As mitocôndrias são consideradas o pulmão das células. A sua tarefa é disponibilizar energia para a célula, o que ocorre por meio da respiração celular. Este é um processo metabólico no qual a energia é obtida a partir da glicose e outras substâncias orgânicas, por reações químicas, que resultam em trifosfato de adenosina, ou ATP. Esta é a molécula de energia mais importante do corpo. As mitocôndrias são, portanto, também consideradas as usinas de energia da célula. O estudo demonstrou que o estímulo das mitocôndrias isoladas do fígado, que ocorre por meio dos exercícios físicos, é especialmente benéfico para reduzir o armazenamento de gordura no órgão, o que diminui os riscos de doenças hepáticas”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

- Melhora a fertilidade: Segundo o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, vários estudos relatam que praticantes de atividade física, desde que essa não seja totalmente desgastante, o praticante não faça uso de esteroides e a alimentação esteja correta, experimentam diversos benefícios na fertilidade, com maiores chances de conceber um filho. “Um dos grandes benefícios do exercício físico com relação à fertilidade está no melhor controle do peso. Além de favorecer o surgimento de doenças como diabetes e hipertensão, que podem causar problemas durante a gestação, a obesidade também possui influência direta sobre a fertilidade”, explica o médico, que também argumenta que a corrida está ligada a uma maior produção de serotonina, hormônio do prazer, ao mesmo tempo em que permite modulação do estresse, por meio da diminuição dos níveis de cortisol. “Altos níveis de estresse podem tornar as chances de um casal engravidar menores. Isso porque o estresse causa processos fisiológicos que podem interferir na produção de hormônios reprodutivos importantes, além de, no homem, favorecer o surgimento de proteínas inflamatórias que prejudicam a qualidade do esperma”, diz o especialista.

- Redução do estresse e melhora da acne – A atividade física diminui o nível de cortisol (o hormônio do estresse) ao longo do dia, que pode contribuir para uma série de problemas no organismo, inclusive na pele. “O cortisol potencializa o estado inflamatório persistente do tecido cutâneo, diminuindo a longevidade e a atividade das células que compõem a pele, o que a torna mais propensa a ter rugas”, explica a Dra. Paola. “O cortisol está também relacionado ao aumento de oleosidade e à diminuição da produção natural de ácido hialurônico na pele”, conta a Dra. Aline Lamaita. “E o suor auxilia na eliminação de sujidades acumuladas no interior dos poros, desobstruindo-os e, consequentemente, prevenindo a formação de cravos e espinhas”, completa a Dra. Paola Pomerantzeff.

- Protege contra consequências do envelhecimento no metabolismo: Exercícios físicos são uma ótima maneira de envelhecer bem. E um estudo australiano descobriu a chave que explica porque o exercício protege contra consequências do envelhecimento na saúde metabólica, incluindo o diabetes tipo 2. “Os cientistas descobriram enzimas que podem evitar doenças metabólicas e elas são produzidas com o exercício físico. A descoberta abre a possibilidade do desenvolvimento de medicamentos para promover a mesma atividade dessa enzima”, conta o geneticista Dr. Marcelo Sady, Pós-Doutor em Genética e diretor geral Multigene. O estudo é extremamente importante, segundo o geneticista, uma vez que a proporção de pessoas em todo o mundo com mais de 60 anos dobrará nas próximas três décadas.

- Benefícios para o cérebro: A prática de exercícios físicos é excelente para a saúde do cérebro. E, recentemente, um estudo da Universidade de Tsukuba (Japão) descobriu que não é preciso muito tempo de corrida para beneficiar a saúde mental: apenas 10 minutos de corrida de intensidade moderada aumentam o fluxo sanguíneo local no córtex pré-frontal bilateral - a parte do cérebro que desempenha um papel importante no controle do humor e das funções executivas. Esses achados podem contribuir para o desenvolvimento de uma gama mais ampla de recomendações de tratamento para beneficiar a saúde mental. “O exercício melhora o fluxo sanguíneo e protege a memória; estimula mudanças químicas no cérebro que apuram o aprendizado, o humor e o pensamento. O exercício mantém suas habilidades de raciocínio afiadas. Além de aperfeiçoar a saúde do coração, exercícios regulares de resistência, como correr, nadar ou andar de bicicleta, também podem promover o crescimento de novas células cerebrais e preservar as células cerebrais existentes”, diz o Dr. Gabriel Novaes de Rezende Batistella, médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA). O estudo destaca que a forma e a eficiência únicas da corrida humana, que inclui a capacidade de sustentar esse esforço, estão intimamente ligados ao sucesso evolutivo dos humanos. E o neuro-oncologista concorda: “Correr pode criar novos neurônios, ajudando o organismo a envelhecer com saúde”, diz o Dr. Gabriel.

- Tratamento da ansiedade, inclusive crônica: Os exercícios moderados e extenuantes aliviam os sintomas de ansiedade, mesmo quando o distúrbio é crônico, mostra um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Gotemburgo. “Os resultados mostram que os sintomas de ansiedade em 286 pacientes foram significativamente aliviados, mesmo quando a ansiedade era uma condição crônica, em comparação com um grupo de controle que recebeu aconselhamento sobre atividade física de acordo com as recomendações de saúde pública. Os tratamentos padrão de hoje para a ansiedade são a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e o tratamento farmacológico, mas o estudo mostra que a adoção de hábitos saudáveis pode melhorar o tratamento”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez. “A atividade física regular diminui o risco de vários distúrbios comuns, inclusive condições neurológicas, ajudando a tratá-la”, explica o geneticista. “A liberação de endorfina por meio dos exercícios gera reações de euforia e bem-estar, que também ajudam a manter o humor”, completa o neuro-oncologista Dr. Gabriel Batistella.

- Melhora a saúde por meio de mudanças no DNA: Embora seja amplamente conhecido que o exercício físico regular diminui o risco de praticamente todas as doenças crônicas, os mecanismos com os quais isso acontece ainda não eram conhecidos. Em um estudo, cientistas da Universidade de Copenhague descobriram que os efeitos benéficos do exercício físico podem resultar em parte de mudanças na estrutura de nosso DNA. “Essas alterações são chamadas de 'epigenéticas'. O DNA é o manual de instruções molecular encontrado em todas as nossas células. Algumas seções de nosso DNA são genes, que são instruções para construir proteínas - os blocos de construção do corpo - enquanto outras seções são chamadas de intensificadores que regulam quais genes são ligados ou desligados, quando e em que tecido. Os cientistas descobriram, pela primeira vez, que os exercícios religam os intensificadores em regiões de nosso DNA que são conhecidas por estarem associadas ao risco de desenvolver doenças. Ou seja, o treinamento de resistência altera a atividade de intensificadores no tecido muscular, que por sua vez regula a expressão de genes que contribuem para o efeito positivo do exercício na saúde humana”, explica o geneticista Dr. Marcelo Sady.

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