TJD-RJ aceita pedido do Fluminense e abre inquérito para apurar denúncia de racismo contra Gabigol, do Flamengo

(Foto: André Durão)


Na noite desta terça-feira, o Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) aceitou o pedido protocolado pelo Fluminense durante a tarde e abriu inquérito para apuração dos fatos referentes ao vídeo publicado logo após o Fla-Flu do último domingo, em que Gabigol, do Flamengo, denunciou ter sofrido racismo. A presidente do tribunal, Renata Bacelar, solicitou as imagens do circuito interno do Estádio Nilton Santos durante o clássico, válido pelo Campeonato Carioca.

- Diante das alegações contidas na peça apresentada a esta presidência, determino a instauração de inquérito, na forma do artigo 81 do CBJD, para apurar os fatos narrados pelo denunciante; diga-se, de louvável iniciativa. Encaminhe-se à douta Procuradoria para determinar o que entender cabível. Após, voltem, para nomeação de auditor processante, se for o caso - escreveu Renata.

Na segunda-feira, o procurador do TDJ-RJ, André Valentim, em entrevista ao site UOL, afirmou que não era possível fazer uma denúncia sem uma imagem conclusiva:

- Sem imagem não tem como denunciar. Gritaram "macaco", mas como vou denunciar sem ver de onde veio? - afirmou.

O caso foi relatado na súmula da partida pelo árbitro Alexandre Vargas Tavares de Jesus. O juiz informou no documento da partida - que terminou com 1 a 0 para o Fluminense sobre o Flamengo - que não identificou os gritos em direção a Gabigol.

"Tomei conhecimento após a partida através da mídia, da circulação de um vídeo nas redes sociais, onde torcedor (s) localizado (s) no setor oeste inferior, destinado a torcida visitante (Fluminense), supostamente ofendem com gritos racistas, o atletas Gabriel Barbosa da equipe CR Flamengo. Não foi possível identificar da minha posição dentro do campo o suposto grito com ofensa racista ao atleta", escreveu o árbitro.

No Redação SporTV de segunda, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, já tinha adiantado que enviaria o pedido ao TJD-RJ para uma apuração conjunta. Além disso, o mandatário declarou que, por enquanto, o clube ainda não tem comprovação jurídica de que a injúria racial tenha sido proferida.

- A posição do Fluminense é de que o áudio ainda é inconclusivo, solicitamos as câmeras e os possíveis áudios que tenham no estádio. Neste momento, juridicamente, o Fluminense não tem comprovação de que a frase dita no meio daquele tumulto foi exatamente aquela que as pessoas acham que foi dita e, se ela foi dita, nós repudiamos integralmente. Por isso estamos buscando apurar os fatos e tentar descobrir quem disse a frase, se a frase é aquela. Nossa intenção é descobrir quem foi, coibir e punir. Se for sócio do clube, será devidamente punido, nós não toleramos esse tipo de atitude - declarou.

Globo Esporte

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