Presidente do Atlético-MG lamenta Supercopa em Cuiabá e acusa CBF de dar privilégio ao Flamengo

(Foto: Bruno Sousa/Atlético)


No início da noite de terça-feira, a Arena Pantanal foi eleita pela CBF para sediar a partida entre Atlético-MG e Flamengo, em 20 de fevereiro, pela Supercopa do Brasil. A decisão foi oficializada nesta quarta-feira, para descontentamento da direção do Atlético. Ao ge, o presidente do Galo, Sérgio Coelho, disse que o clube não foi consultado sobre a decisão, e lamentou a postura da entidade máxima.

"O Clube Atlético Mineiro não foi consultado. Embora, fizemos um ofício encaminhado ao presidente Ednaldo e ao diretor de competições, o Manoel Flores (...) Infelizmente, tomaram a decisão, não nos atenderam e lamentamos" (Sérgio Coelho)

A indecisão sobre a marcação do local do jogo se arrastou por semanas. No Atlético, havia a preocupação da logística. O clube campeão brasileiro e da Copa do Brasil emitiu ofício para que a decisão fosse no Mineirão.

- Pedimos no ofício que, se não houvesse a escolha pelo Mineirão, que nos comunicassem de forma antecipada para discutirmos juntamente com o nosso adversário um local que atendessem aos dois clubes. Infelizmente, tomaram a decisão, não nos atenderam e lamentamos - afirmou Sérgio Coelho.

O presidente do Atlético se mostrou indignado com o fato de o Flamengo ter conseguido reservar "o melhor hotel" de Cuiabá antes do clube mineiro, acusando o clube rival de receber informações antecipadas da CBF.

- Agora, o que mais incomoda ao Atlético e a mim, particularmente, é o Flamengo ter informações privilegiadas dentro da CBF. Quando nós ficamos sabendo que seria em Cuiabá, e foi ontem à noite (terça-feira), nosso departamento de logística fez contato imediato com o melhor hotel de Cuiabá para a reserva. E eles nos disseram que não poderiam nos receber, porque já iriam receber o Flamengo, que havia feito a contratação do hotel há mais dias - disse.

"Vida que segue. Vamos firmes para o jogo, o elenco está motivado, está confiante que fará uma grande exibição e temos time para ganhar na bola", completou.

No documento enviado à CBF, o Atlético apontou o Mineirão como sua indicação por ter feito a dobradinha nacional, além de citar que em 1991, o Corinthians enfrentou o próprio Flamengo no Morumbi, na segunda edição da Supercopa. Segundo Sérgio Coelho, a CBF não deu resposta ao ofício. Nos bastidores do clube mineiro, a opção por Cuiabá partindo da CBF foi considerada "monocrática".

No regulamento da Supercopa do Brasil, o mando de campo pertence exclusivamente à Confederação Brasileira de Futebol. Para Sérgio Coelho, a Arena Pantanal apresenta alguns fatores mais prejudiciais ao Atlético. O mandatário disse que era preciso um estádio mais perto de Minas Gerais para haver chances de paridade entre as torcidas de Galo e Flamengo, uma vez que, reconhecidamente, o clube Rubro-Negro tem a maior torcida do Brasil, em grande ocupação nas capitais brasileiras.

- Tenho muita admiração pela cidade de Cuiabá, carinho com o povo de lá. Quanto à Arena Pantanal, ela é de Copa do Mundo. Então, estaremos bem por lá, é um palco espetacular. Mas, a nossa insatisfação é que, por se tratar de competição de jogo só, entre dois clubes com rivalidade, a CBF deveria se preocupar em dar o mesmo direito aos dois clubes, criar uma igualdade - disse.

A distância da capital do Mato Grosso para Belo Horizonte supera os mil quilômetros. O calor característico da região é outro ponto de alerta citado por Sérgio Coelho, uma vez que o Atlético, quando entrar em campo no dia 20, terá recém-completado um mês de início de treinos em 2022.

- O segundo problema é o calor, lá teremos 35 graus, 40 graus. O Flamengo voltou a treinar em janeiro, depois das férias, talvez oito, 10 dias antes do Atlético. Em um mês e pouco de preparação física, essa diferença pesa. Teremos esse "prejuízo" também para uma partida tão importante, de jogo único, entre dois clubes com grandes jogadores.

Globo Esporte

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