Haas anuncia retorno de Magnussen à F1 em 2022, no lugar de Mazepin

(Foto: Robert Cianflone/Getty Images)


Após a saída de Nikita Mazepin da Fórmula 1 em razão da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Haas anunciou Kevin Magnussen, ex-piloto da equipe, como substituto do russo em 2022. O dinamarquês assinou um contrato de múltiplos anos com o time, que manterá o brasileiro Pietro Fittipaldi, neto do bicampeão mundial Emerson Fittipaldi, como piloto de testes; ele assumirá o volante do carro americano nos testes de pré-temporada do Bahrein, neste fim de semana.

A Haas confirmou ainda que Mick Schumacher, segundo piloto do time e Magnussen também vão participar dos testes. A saída de Mazepin foi confirmada no último sábado, devido ao conflito no Leste Europeu. O patrocínio trazido pelo russo, da empresa de fertilizantes de seu pai (o magnata Dimtry Mazepin), também foi removido da equipe.

Magnussen, que deixou a F1 em 2020 após o fim de seu contrato com a Haas - justamente para dar lugar a Mazepin - conquistou ao lado do franco-suíço Romain Grosjean o melhor resultado até agora do time no Campeonato de Construtores, um quinto lugar na tabela em 2018. Na ocasião, ele pontuou em 11 de 21 corridas e terminou o ano em nono lugar, cinco posições à frente do colega de equipe.

Em 119 GPs disputados entre 2014 e 2020, o dinamarquês conquistou um pódio com um segundo lugar no GP da Austrália em sua temporada de estreia, pela McLaren. Essa será a quinta temporada do piloto de 29 anos na F1, com passagem também pela Renault.

Após deixar a categoria, ele passou por outros campeonatos, como a IMSA (categoria de endurance dos Estados Unidos), na qual venceu uma prova ano passado; o Mundial de Endurance (WEC); e chegou a disputar uma corrida na Fórmula Indy também em 2021, substituindo Felix Rosenqvist.

Chefe da Haas, Gunther Steiner chegou a garantir que Fittipaldi seria a primeira opção do time caso fosse necessário substituir Mazepin; o brasileiro disputou duas corridas em 2020 pela equipe, ocupando o lugar de Grosjean após o grave acidente do franco-suíço no GP do Bahrein.

A saída do russo de 22 anos, porém, foi uma decisão unilateral da equipe segundo o próprio relatou em uma publicação nas redes sociais em que se disse "pego de surpresa" pelo anúncio. Gene Haas, proprietário do time, explicou que o impacto do conflito na Ucrânia sobre a imagem da marca e dos outros patrocinadores motivou a ordem.

A decisão da Haas acompanha a resposta do mundo do automobilismo à invasão russa, bem como entidades e organizações de outros esportes. Na F1, o primeiro ato foi o cancelamento do GP da Rússia, que seria realizado em 25 de setembro. A medida recebeu amplo apoio dos pilotos.

Apesar da contestação dos organizadores da etapa, a remoção da prova foi chancelada pela Federação Internacional do Automobilismo (FIA) e confirmada pela categoria com a rescisão do contrato que garantiria não só a prova de 2022 no Circuito Olímpico de Sochi, mas sua mudança para São Petesburgo em 2023 e diante.

Depois da FIA impor sanções aos pilotos da Rússia e Belarus em resposta à invasão na Ucrânia, a Federação Britânica de Automobilismo (Motorsport UK) reforçou as penalidades aos países, anulando o reconhecimento de suas licenças automobilísticas no Reino Unido.

FIA restringe publicações de pilotos sobre a Rússia nas redes sociais

Na prática, a decisão vetaria as presenças de Mazepin no GP da Inglaterra da F1, e de Alexander Smolyar, titular da MP Motorsport, na etapa de Silverstone da Fórmula 3. As corridas estão agendadas para 2 e 3 de julho deste ano.

A medida também se estenderia a Robert Schwartzman, ex-Fórmula 2 e atual piloto de testes da Ferrari. Com isso, a escuderia italiana estaria impedida de convocar o russo para conduzir o F1-75, seu carro de 2022, em quaisquer treinos livres do GP da Inglaterra.

As restrições da FIA também proíbem que os pilotos russos usem a bandeira do país em quaisquer eventos automobilísticos promovidos pela entidade; além disso, eles deveriam assinar um documento para continuar correndo no qual assumem, entre outras medidas, o compromisso de não fazer menções à Rússia nas redes sociais ou apoiar o país no conflito com a Ucrânia.

Globo Esporte

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