Presidente da CBF prevê Assembleia em janeiro, com ratificação de punição a Caboclo e eleição de interino

 (Foto: Lucas Figueiredo / CBF)


O presidente em exercício da CBF, Ednaldo Rodrigues, prevê para janeiro a Assembleia Geral que vai decidir sobre a punição de Rogério Caboclo e, com a suspensão confirmada, deverá votar pelo mandato-tampão da presidência.

Caboclo foi punido pelo Comitê de Ética da instituição e está afastado até março de 2023 após denúncias de assédio moral e sexual dentro da CBF - ele nega as acusações.

Havia expectativa de realizar esta Assembleia Geral ainda em 2021, mas Ednaldo considera que não vai haver tempo hábil. Atual mandatário, o ex-presidente da Federação Baiana de Futebol se colocou à disposição para seguir no cargo.

Apenas os oito vice-presidentes eleitos em 2018 estão habilitados para este mandato-tampão. Nesse grupo, Gustavo Feijó, ex-presidente da Federação de Alagoas de Futebol, também tem desejo de se tornar presidente da CBF.

Ednaldo recordou o processo que tramita na Justiça comum - de intervenção na CBF, posteriormente cassada - e também do cronograma até a Assembleia Geral.

- A Comissão de Ética puniu o presidente afastado, Rogério Caboclo por mais 20 meses, no dia 30 de novembro. Dia 2 (dezembro), houve também uma intervenção que tinha sido cassada. Naquele período, para fazer uma convocação de Assembleia Geral, seria um tempo muito curto, principalmente em se tratando de muitas programações que a CBF está participando. A festa de premiação hoje, no dia 12 vai haver o primeiro jogo da final da Copa do Brasil. Dia 13, em São Paulo, tem o lançamento da Copa São Paulo de Futebol Júnior. No dia 15, a decisão da Copa do Brasil no Paraná. E no dia 16 é o recesso do futebol brasileiro. Portanto, não teria condições de fazer uma Assembleia esse ano, ficaria sem foco e poderia não ter os 27 presidentes de federações. E nós queremos que essa Assembleia aconteça com a mais absoluta lisura e transparência - disse Ednaldo, completando:

- Em janeiro (realizamos a Assembleia), no melhor momento que for possível, para que todos possam participar. Primeiro, da ratificação da punição imposta pela Comissão de Ética. E, depois, do processo eletivo - comentou o presidente em exercício.

Ednaldo voltou a se colocar como candidato de pacificação, discurso que usou quando foi escolhido anteriormente. Mas não descartou haver outra alternativa.

- Eu sempre me coloquei como uma pessoa de unidade, de conciliação, de buscar sempre o diálogo. E não vou ser empecilho se entenderem que possa haver uma unidade, mas meu nome continuará sendo colocado por federações e clubes. E não é diferentes para os demais colegas.

Na festa, alguns presidentes de clubes foram consultados pela reportagem do ge sobre posicionamento para a eleição iminente, mas preferiram aguardar o cenário. Entre os dirigentes de federações também há cautela para o início do processo, que passa necessariamente pela punição de Caboclo na Assembleia Geral.

- Precisamos aguardar a homologação sobre a decisão do Conselho de Ética para só então a gente discutir a candidatura de quem achar que tem direito a disputar o pleito. Mas temos que aguardar se vai haver algum entendimento entre eles, porque só os vice-presidentes podem se candidatar. Temos que ver, assim como foi a escolha de Ednaldo. Mas precisamos aguardar, ter cautela. Agora é momento de pacificar o futebol, apagar essas páginas que foram escritas de forma inadmissível e tentar unir o grupo e fazer nosso futebol a cada dia mais forte - disse Ricardo Lima, presidente da Federação Baiana de Futebol.

Pela Federação Goiana de Futebol, o presidente André Luiz Pitta Pires comentou que seria importante união em torno de um nome entre os vice-presidentes.

- Para evitarmos divisões, rachas e essa discussão nesse momento que o futebol brasileiro precisa de todos juntos. Clubes, federações e a CBF, juntos em prol de melhorias do futebol. Quando você cria disputa num momento desse, onde os vices são todos ligados, amigos e defendem o mesmo projeto, acho que só desagrega. Então vamos trabalhar pela união para termos um candidato só - comentou Pita, tratando também dos possíveis candidatos.

- Tanto Ednaldo como Feijó, um como presidente interino, outro trabalhando arduamente na CBF neste período, todos dois reúnem condições, como os outros também. Cada um tem suas qualidades e seus defeitos, mas acredito que possamos caminhar para unanimidade e um nome para ser eleito.

Relembre o caso

Rogério Caboclo está afastado da presidência da CBF desde 6 de junho, depois que o ge revelou uma denúncia de assédio sexual e moral contra ele por parte de uma funcionária. Ele foi considerado culpado pela Comissão de Ética da CBF, que o suspendeu até março de 2023.

Caboclo nega as acusações e recorre da decisão. Ele também foi punido pela Comissão de Ética com 20 meses de suspensão por uma denúncia de assédio moral por parte de um diretor. Além disso, outras duas ex-funcionárias o acusam de assédio sexual. Caboclo também nega essas acusações.

Desde 25 de agosto de 2021, a CBF é presidida de maneira interina por Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da Federação Baiana de Futebol. Antes dele, quem comandou a entidade foi o vice mais velho, Antonio Carlos Nunes.

Globo Esporte

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