Novo presidente da FIA revela tentativa sem sucesso de contato com Hamilton

(Foto: S. Meyssonnier/Reuters)


Novo presidente da Federação Internacional do Automobilismo (FIA), Mohammed Ben Sulayem deu início neste começo de 2022 ao seu mandato, após ser eleito em dezembro passado. O emiradense revelou ter tentado entrar em contato com Lewis Hamilton, que se afastou das redes e da mídia após a derrota para Max Verstappen no fim da temporada 2021 da Fórmula 1 - porém, sem sucesso.

- Mandei mensagens para ele, mas acho que ele ainda não está 100% pronto para respondê-las. Não podemos culpá-lo, eu entendo sua posição, como piloto; mas claro, ele está em um nível diferente - disse Ben Sulayem, que é ex-piloto de ralí e 14 vezes campeão no Oriente Médio.

A Mercedes se engajou em uma batalha extra-pista contra a RBR e a FIA após o descumprimento do regulamento que gere o carro de segurança em pista, no GP de Abu Dhabi, última prova do ano; depois da saída antecipada do safety car que sucedeu a batida de Nicholas Latifi a quatro voltas para a bandeirada, Verstappen ultrapassou Hamilton e venceu a prova e o campeonato.

O time protocolou dois protestos contra o resultado da prova minutos depois da corrida, que foram rejeitados pelos comissários.

Consideraram, ainda, apelar da decisão e até levar o caso para instâncias superiores no esporte, mas na quinta-feira, dia da cerimônia de premiação da FIA, a octacampeã de construtores anunciou que desistiria do imbróglio.

Logo após a corrida, instaurou-se um silêncio pouco usual nas redes sociais de Hamilton, que sequer apareceu na coletiva pós-prova - enquanto a Mercedes comparecia à sala dos comissários para justificar os protestos.

Na mesma semana, o britânico compareceu ao castelo de Windsor, residência da família real britânica, para ser condecorado cavalheiro pelo príncipe Charles; porém, não se manifestou na mídia.

Ele e Toto Wolff, chefe da equipe alemã, também não compareceram à cerimônia de premiação da FIA, contrariando o regulamento esportivo da F1. Ben Sulayem reforçou que se orientará pelas regras para decidir se a ausência do piloto terá consequências, mas demonstrou compreender a situação:

- A regra está lá e pra mim não há diferença entre piloto ou equipe; existem regras que devemos respeitar, e a integridade da FIA. Mas não posso julgar ninguém a menos que obtenha os fatos corretos. Claro que isso é algo que a equipe e Lewis sabiam, mas no fim das contas, são todos humanos, há estresse e pressão. Estou confiante de que tudo ficará resolvido. Não podemos ficar presos em nosso passado, temos muito em que pensar. Somos o povo do futuro.

Wolff, que recentemente justificou o silêncio de Hamilton pelo impacto das circunstâncias sob as quais ele perdeu o título para o rival da RBR, chegou a por em dúvida a permanência do heptacampeão na F1 em 2022, apesar do seu contrato valer até o fim de 2021. O presidente da FIA, por outro lado, rejeitou a possibilidade do britânico se aposentar.

- Lewis declarou que não vai correr? Não exatamente. Como piloto, você afirma algo, não deixa os boatos correrem. Portanto, estou confiante de que Lewis voltará. Ele é uma grande parte da Fórmula 1, e essa nova era pode aumentar suas vitórias e conquistas. Além disso, Verstappen também estará lá. Estou muito confiante de que teremos uma temporada muito desafiadora - opinou.

A F1 promoverá em fevereiro os testes de pré-temporada, primeiro contato dos pilotos com o novo carro da categoria. A temporada terá início oficialmente em 20 de março, data do GP do Bahrein.

Globo Esporte

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